sexta-feira, 30 de março de 2012

A missão dos servos de Deus






Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias - RJ
mensagemdemissoesdopresbjaniosantos.blogspot.com



Aprendemos muito com os retratos de Jesus no Antigo Testamento. O livro de Isaías em especial apresenta quadros de Cristo como um Servo (Is 42; 49; 50; 52:13-53:12; 61). A advertência de Isaías 42:1-4, citada por completo em Mt 12:18-21, é bem significante para se entender corretamente a natureza de Jesus Cristo: "Eis o meu servo, a quem sustento, o meu escolhido, em quem tenho prazer.

Porei nele o meu Espírito, e ele trará justiça às nações. Não gritará nem clamará, nem erguerá a voz nas ruas. Não quebrará o caniço rachado, e não apagará o pavio fumegante. Com fidelidade fará justiça; não mostrará fraqueza nem se deixará ferir, até que estabeleça a justiça na terra" (Is 42:1-4).

As características deste ser previsto servem como modelo para nós. Ele é um servo. É claro que o Senhor admira muito esta pessoa pois ela é quem ele sustenta, que escolheu, em quem tem prazer, a quem dá o seu Espírito.

Que interessante que a pessoa que o Senhor mais eleva é um servo! Ele tem o Espírito. Em outros trechos também Isaías identifica Jesus como aquele que tem o Espírito ( Is 11:2; 61:1). Lembremo-nos do fato que no seu batismo Jesus recebeu o Espírito até mesmo de forma visível (Mt 3:16-17).

Jesus promove justiça.Três dos quatro versículos deste trecho mencionam como ele traz, faz e estabelece a justiça. A missão dele é declarar, modelar, e promover a verdade de Deus. Cristo é quieto. O poder dele não é exercitado com barulho, mas de uma forma sossegada e humilde. Este servo rejeita todos os métodos sensacionalistas do mundo; ele nunca chama atenção para si.

Ele consegue agir desta forma porque ele tem verdadeira confiança e força-ele não fica ansioso duvidando da sua capacidade para cumprir a sua missão. Com o verdadeiro poder que ele sabe que tem , não sente necessidade de estabelecer seu domínio de uma forma arrogante e dominadora.

Ele é manso. A cana em si é bastante frágil, mas uma cana quebrada não suporta peso algum. No entanto, Jesus consegue sustentar pessoas que se encontram até mesmo nestas condições extremamente fracas. Com a gente mais debilitada, Jesus demonstra compaixão e não desgosto. Jesus é perseverante.

Ele não reflete nenhum sinal da fraqueza com a qual ele simpatiza em outras pessoas. Ao invés de cair em pedaços, Jesus encara missões difíceis com a confiança no Pai e com a maior tenacidade.

I. COMO DEVEMOS SERVIR AO SENHOR?
*
1. Com integridade e fidelidade. Js. 24:14.

2. De todo coração. Cl. 3:23,24.

3. Num andar digno e perfeito. 1 Ts. 1:9; Ef. 4:1.

4. Sem cessar - dia e noite. At. 26:7.

5. Com juízo e em santidade. Rm. 12:1,2.

6. Sem temor, libertos por Deus. Lc. 1:74.

7. Com motivação sincera e espiritual. Rm. 7:6.

8. De modo agradável a Deus. Hb. 12:28; Tg. 1:27.

9. Constrangidos pelo amor de Cristo. 2 Co. 5:14.

II. NOSSO SERVIÇO.

1. Fomos escolhidos para servir. Jo. 15:16.

2. Ele nos capacita. 2 Tm. 2:21.

3. Nós servimos em conjunto. Ed. 3:1,2.

4. Deus concede êxito. Ed. 3:10,11.

5. Muitas vezes debaixo de lágrimas. Sl. 126:5,6.

6. A recompensa nos é assegurada pelo Senhor. 1 Co. 15:58.

III. NÓS PODEMOS TRABALHAR PARA JESUS.

1. O Senhor é nosso exemplo no serviço. Mt. 20:28.

2. Ele indica o campo de trabalho. Mt. 28:19.

3. O amor é a verdadeira motivação no serviço. 2 Co. 5:13,14.

4. O Espírito Santo concede-nos o poder no serviço. At. 1:8.

5. Nosso serviço é somente para o Senhor. Cl. 3:17.

6. A condição para o verdadeiro serviço é a humildade. Lc. 9:48.

7. A recompensa será maravilhosa, a seu tempo. 1 Pe. 5:4.

IV. A VERDADEIRA TESTEMUNHA DE CRISTO.

1. Testemunhe, em amor, como Maria. Mt. 26:10-13.

2. Segundo a Escritura, como Paulo. 1 Co. 15:1-4.

3. Destemido, como o apóstolo Pedro. At. 2:14-40.

4. Fiel, como Samuel perante Saul. 1 Sm. 15:23.

5. Pessoalmente, como Natã perante Davi. 2 Sm. 12:1-14.

6. Sirva espontaneamente e sem ganância. 1 Pe. 5:2.

7. Testemunhe no poder do alto. Hb. 2:4.

V. COMO DEVEMOS ANUNCIAR O EVANGELHO.

1. Conforme a Escritura, como o Senhor. Jo. 3:14-18; Lc. 4:16-21.

2. Com seriedade, como Paulo em Atenas. At. 17:16 ss.

3. Glorificando o amor, como João. 1 Jo. 4:9-14.

4. Conforme o exemplo de Cristo, como Filipe. At. 8:35-40.

5. Eficientemente, como a mulher samaritana. Jo. 4:28-30,39-42.

6. No Espírito Santo. 1 Pe. 1:12.

7. Dando exemplo e praticando. 1 Ts. 1:7-10.

VI. CONDIÇÕES PARA O TESTEMUNHO PESSOAL. Lc. 5:1-11.

1. Aplicação e fidelidade na vida profissional. V.2.

2. Disposição para qualquer serviço. V.3.

3. Obediência à ordem do Mestre. Vv.4,5.

4. Fé firmada na Palavra. V.5.

5. Cooperação fiel com os co-obreiros. V.7.

6. Conhecer a si próprio. V.8.

7. Prontidão para deixar tudo. V.11.

VII. CHAMADO PARA SERVIR. Lc 19:13.

1. Cristo, nosso exemplo no serviço. Jo. 13:1-17.

2. Nossa posição certa no serviço. Sl. 123:2.

3. Nosso lema no serviço. Rm. 12:11-13.

4. Devemos servir, enquanto é dia. Jo. 9:4.

5. Todos devem servir. Mc. 13:34.

6. Servir sem esmorecer. 1 Co. 15:58.

7. Quem está pronto para o serviço? Is. 6:8.

VIII. ALGUMAS REGRAS NO SERVIÇO DO MESTRE.

1. Servir somente para a glória do Senhor. Jo. 3:30; 1 Co. 1:30,31.

2. Trabalhar conforme os pensamentos e os planos de Deus. Êx. 25:40.

3. Servir de coração puro. 2 Tm. 2:21.

4. Fazer no poder de Cristo. Fp. 4:13.

5. Servir confiantemente, cheio de esperança. Sl. 126:5,6.

6. Ser um servo honrado de Cristo. 1 Tm. 3:8.

IX. COMO PODEMOS SERVIR E TRAZER FRUTOS?

1. Anunciando o Senhor em qualquer oportunidade. At. 8:4.

2. Através de uma vida exemplar. Mt. 5:16; Mc. 5:19; Ef. 5:8,9.

3. Pelo testemunho fiel. At. 4:13; 26:16; 1 Jo. 4:4.

4. Com contribuições abundantes para sua obra. 1 Co.16:2.

5. Por intercessões sérias. Ef. 6:18,19; 2 Co. 1:11.

6. Com disposição pessoal. Mc. 16:15; 1 Co. 9:16.

X. O ESPÍRITO SANTO E A MISSÃO.

1. O Espírito santo chama os missionários. At. 13:2.

2. Ele os envia. At. 13:4.

3. Reveste-os para o serviço. At. 13:9.

4. Sustenta-os e dá alegria. At. 13:52.

5. Confirma seu serviço. At. 15:8.

6. É seu conselheiro. At. 15:28.

7. Abre e fecha portas. At. 16:6-9.

XI. REFLEXÕES SOBRE A MISSÃO.

1. Deus entra em ação. At. 15:14-17.

2. O chamado missionário. Mc. 16:15.

3. O espírito missionário. At. 1:8.

4. A motivação para a missão. 2 Co. 5:14.

5. O melhor campo missionário. Rm. 15:20,21.

6. Nossa mensagem missionária. 2 Co. 5:19-21.

7. Nossa intercessão pelos missionários. Lc. 10:2; Ef. 6:8-19.

8. O tempo certo para missão. Jo. 4:35; 9:4.

XII. QUATRO PERGUNTAS IMPORTANTES SOBRE MISSÃO. Rm 10:14,15.

1. Como invocarão Aquele em quem não creram?

a) Precisam conhecer o Pai. Jo. 3 :16,17.

b) Necessitam conhecer o Filho unigênito. Jo. 1:14.

c) Devem ser convencidos pelo Espírito santo. Jo. 16:7-13.

d) Precisam ser atraídos pelo salvador. Jo. 12:32.

2. Como crerão nAquele de quem nada ouviram?

a) Deus mandou-nos anunciar a Cristo. Lc. 4:18; 1 Jo. 1:3.

b) Ele ordenou-nos pregar. Mc. 3:14; 2 Tm. 4:2.

c) É nossa tarefa testemunhar dEle. At. 1:8.

3. Como ouvirão se não há quem pregue?

a) Cada crente é um enviado. Jo. 17:18; Is. 52:7.

b) A nós foi confiado o ministério da reconciliação. 2 Co. 5:19,20.

c) Jesus ordenou-nos pregar o Evangelho. Mc. 16:15.

4. Como pregarão se não forem enviados?

a) Quão formosos são os pés dos ... V.15.

b) Eles são chamados seus mensageiros. At. 13:4.

c) Eles seguem seus passos. Is. 61:1; Ef. 6:15.

XIII. PREGUE A PALAVRA.

1. Nós fomos designados para isso. Ap 22:17; 1 Tm. 4:6; At.1:8.

2. Faça da melhor maneira. 2 Tm. 2:15; Tt. 2:7,8.

3. Faça na confiança do Espírito Santo. 1 Co. 2:4.

4. Anuncie somente a Jesus Cristo. Gl. 1:8.

5. Anuncie toda a Palavra. 2 Tm. 4:2.

6. Pregue a Cristo como crucificado. 1 Co. 2:2-5.

7. Faça lembrar da sua volta. 2 Pe 1:16.

 Aplicação para nós

A suprema meta cristã é imitar Jesus. Múltiplos trechos ensinam que nós devemos seguir Jesus prosseguindo a mesma justiça (1 Jo 2:29), pureza (1 Jo 3:3), amor (Ef 5:2), paciência (1 Pe 2:18-23), humildade (Jo 13:1-20).

Um trecho paralelo (Is 49:6) que trata de Jesus como o servo de Deus é citado em At 13:47 e aplicado aos cristãos em geral. Então à medida que lemos nestes trechos qualidades de Jesus, nós devemos tentar imitá-las à risca.

Nós devemos servir. Não existe como medir o serviço e sacrifício de Jesus. Ele desceu da glória excelsa para a cruz vergonhosa demais (Fp 2:5-11). Ele insistiu conosco que o padrão do reino dele seja totalmente diferente que a regra nos impérios mundanos (Mc 10:42-45). Não devemos disputar lugares de destaque, mas sim, oportunidades para servir um ao outro.

Nunca devemos pensar no jeito em que estamos sendo tratados, mas devemos nos preocupar com o bem-estar dos nossos irmãos (Fp 2:3-4). A humildade exigida para manter esta postura é tão difícil conseguir que temos que meditar na vida de Cristo constantemente para realizá-la. Vamos valorizar ao máximo o simples serviço humilde.

Nós devemos deixar o Espírito de Deus habitar cada vez mais em nós. Assim como Jesus recebeu o Espírito sem limitações, devemos crescer para nos tornarmos cada vez mais a morada de Deus por seu Espírito (Ef 2:21-22).

Mas o Espírito não habita num templo indigno (Ez 8-11; 1 Co 6:19-20) e por isso temos que tirar do nosso corpo todo tipo de pecado. Devemos deixar a palavra de Deus, que é a espada do Espírito (Ef 6:17), nos moldar, sempre nos esforçando para nos adaptarmos a fim de imitar a mensagem escrita. À medida que o Espírito de Deus transforma nossas vidas parecemos com Cristo.

Nós devemos fazer tudo possível para promover a justiça. Para realizar esta meta temos que nos esforçarmos para buscar e prosseguir a justiça em nossa própria vida (Mt 6:33; 1 Tm 6:11; 2 Tm 2:22). Honestidade e integridade têm que ser as regras fundamentais da nossa conduta. Mas temos que fazer mais do que isso.

Devemos ser pregadores da justiça assim como foi Noé (2 Pe 2:5). Como Jesus devemos pregar e anunciar a palavra da justiça que divulga o caminho pelo qual o homem volta a ser justo perante o Senhor.

O comprometimento que nosso Senhor tem com o estabelecimento da justiça na terra nos dá nosso alvo supremo. Não devemos nos cansar do trabalho de promover o evangelho da paz.

Fico impressionado com a maneira quieta de Jesus. Durante sua vida aqui na terra ele não gritou nem clamou nem ergueu sua voz nas ruas. Freqüentemente Jesus pediu para que ninguém falasse de um determinado milagre (por exemplo, Mc 1:44-45; 5:43), chamou alguém a parte para curá-lo (Mc 7:33), ou até curou antes da multidão se congregar (Mc 9:25).

Jesus traçou o caminho para nós que também devemos rejeitar os métodos sensacionalistas e a ênfase na propaganda. Os métodos de vender produtos não são as técnicas para converter uma pessoa de coração para Cristo.

Existem muitas maneiras de chamar pessoas para se unirem a uma determinada igreja mas apenas uma maneira para convertê-las a Cristo: ensinar a palavra de uma forma íntegra. É triste quando igrejas não se contentam com a simplicidade de Cristo e sua palavra, e procuram outros meios de atrair pessoas.

Devemos imitar a mansidão de Jesus. A verdade deve ser ensinada, sim, mas não de qualquer jeito. Paulo explica a postura que devemos ter ao corrigir uma outra pessoa: "Ao servo do Senhor não convém brigar mas, sim, ser amável para com todos, apto para ensinar, paciente.

Deve corrigir com mansidão os que se lhe opõem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento, levando-os ao conhecimento da verdade, para que assim voltem à sobriedade e escapem da armadilha do Diabo, que os aprisionou para fazerem a sua vontade" (2 Tm 2:24-26).

Nós temos que ter cautela a não afastar pessoas do Senhor em nossas tentativas para corrigi-las. É verdade que algumas pessoas precisam de maneiras mais fortes que outras: "Tenham compaixão daqueles que duvidam; a outros, salvem, arrebatando-os do fogo; a outros ainda, mostrem misericórdia com temor, odiando até a roupa contaminada pela carne"(Jd 22-23).

Jesus mostrou bastante ternura aos fracos, mas falou bem forte com os líderes religiosos que estavam cheios de orgulho. Vamos analisar nossa maneira de admoestar pessoas e tentar imitar nosso Senhor.

É imperativo que perseveremos do mesmo jeito que Jesus continuou até o fim. Há vários motivos para desânimo, mas temos que ter a máxima determinação para nunca desistir.

Na profecia de Isaías 50:6-7, Jesus coloca seu rosto como seixo, como dura rocha que nunca pode ser desviado. Você vê em Jesus na terra que nem a rejeição, nem a perseguição, nem a falta de sucesso, nem a canseira conseguiram afastá-lo da missão que ele veio para cumprir.

O comprometimento que ele tinha com a vontade do Pai superou todo obstáculo (Mateus 26:39). Nós precisamos da mesma tenacidade: "Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil" (1 Co 15:58).

Nós nos dizemos cristãos, mas para de fato sermos cristãos temos que imitar a vida e as qualidades de Jesus. Estas qualidades de Isaías 42 formam um excelente começo neste sentido. Que imitemos a ele cada vez mais até que um dia sejamos como ele (1 Jo 3:2-3).

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