sexta-feira, 30 de março de 2012

A missão dos servos de Deus






Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias - RJ
mensagemdemissoesdopresbjaniosantos.blogspot.com



Aprendemos muito com os retratos de Jesus no Antigo Testamento. O livro de Isaías em especial apresenta quadros de Cristo como um Servo (Is 42; 49; 50; 52:13-53:12; 61). A advertência de Isaías 42:1-4, citada por completo em Mt 12:18-21, é bem significante para se entender corretamente a natureza de Jesus Cristo: "Eis o meu servo, a quem sustento, o meu escolhido, em quem tenho prazer.

Porei nele o meu Espírito, e ele trará justiça às nações. Não gritará nem clamará, nem erguerá a voz nas ruas. Não quebrará o caniço rachado, e não apagará o pavio fumegante. Com fidelidade fará justiça; não mostrará fraqueza nem se deixará ferir, até que estabeleça a justiça na terra" (Is 42:1-4).

As características deste ser previsto servem como modelo para nós. Ele é um servo. É claro que o Senhor admira muito esta pessoa pois ela é quem ele sustenta, que escolheu, em quem tem prazer, a quem dá o seu Espírito.

Que interessante que a pessoa que o Senhor mais eleva é um servo! Ele tem o Espírito. Em outros trechos também Isaías identifica Jesus como aquele que tem o Espírito ( Is 11:2; 61:1). Lembremo-nos do fato que no seu batismo Jesus recebeu o Espírito até mesmo de forma visível (Mt 3:16-17).

Jesus promove justiça.Três dos quatro versículos deste trecho mencionam como ele traz, faz e estabelece a justiça. A missão dele é declarar, modelar, e promover a verdade de Deus. Cristo é quieto. O poder dele não é exercitado com barulho, mas de uma forma sossegada e humilde. Este servo rejeita todos os métodos sensacionalistas do mundo; ele nunca chama atenção para si.

Ele consegue agir desta forma porque ele tem verdadeira confiança e força-ele não fica ansioso duvidando da sua capacidade para cumprir a sua missão. Com o verdadeiro poder que ele sabe que tem , não sente necessidade de estabelecer seu domínio de uma forma arrogante e dominadora.

Ele é manso. A cana em si é bastante frágil, mas uma cana quebrada não suporta peso algum. No entanto, Jesus consegue sustentar pessoas que se encontram até mesmo nestas condições extremamente fracas. Com a gente mais debilitada, Jesus demonstra compaixão e não desgosto. Jesus é perseverante.

Ele não reflete nenhum sinal da fraqueza com a qual ele simpatiza em outras pessoas. Ao invés de cair em pedaços, Jesus encara missões difíceis com a confiança no Pai e com a maior tenacidade.

I. COMO DEVEMOS SERVIR AO SENHOR?
*
1. Com integridade e fidelidade. Js. 24:14.

2. De todo coração. Cl. 3:23,24.

3. Num andar digno e perfeito. 1 Ts. 1:9; Ef. 4:1.

4. Sem cessar - dia e noite. At. 26:7.

5. Com juízo e em santidade. Rm. 12:1,2.

6. Sem temor, libertos por Deus. Lc. 1:74.

7. Com motivação sincera e espiritual. Rm. 7:6.

8. De modo agradável a Deus. Hb. 12:28; Tg. 1:27.

9. Constrangidos pelo amor de Cristo. 2 Co. 5:14.

II. NOSSO SERVIÇO.

1. Fomos escolhidos para servir. Jo. 15:16.

2. Ele nos capacita. 2 Tm. 2:21.

3. Nós servimos em conjunto. Ed. 3:1,2.

4. Deus concede êxito. Ed. 3:10,11.

5. Muitas vezes debaixo de lágrimas. Sl. 126:5,6.

6. A recompensa nos é assegurada pelo Senhor. 1 Co. 15:58.

III. NÓS PODEMOS TRABALHAR PARA JESUS.

1. O Senhor é nosso exemplo no serviço. Mt. 20:28.

2. Ele indica o campo de trabalho. Mt. 28:19.

3. O amor é a verdadeira motivação no serviço. 2 Co. 5:13,14.

4. O Espírito Santo concede-nos o poder no serviço. At. 1:8.

5. Nosso serviço é somente para o Senhor. Cl. 3:17.

6. A condição para o verdadeiro serviço é a humildade. Lc. 9:48.

7. A recompensa será maravilhosa, a seu tempo. 1 Pe. 5:4.

IV. A VERDADEIRA TESTEMUNHA DE CRISTO.

1. Testemunhe, em amor, como Maria. Mt. 26:10-13.

2. Segundo a Escritura, como Paulo. 1 Co. 15:1-4.

3. Destemido, como o apóstolo Pedro. At. 2:14-40.

4. Fiel, como Samuel perante Saul. 1 Sm. 15:23.

5. Pessoalmente, como Natã perante Davi. 2 Sm. 12:1-14.

6. Sirva espontaneamente e sem ganância. 1 Pe. 5:2.

7. Testemunhe no poder do alto. Hb. 2:4.

V. COMO DEVEMOS ANUNCIAR O EVANGELHO.

1. Conforme a Escritura, como o Senhor. Jo. 3:14-18; Lc. 4:16-21.

2. Com seriedade, como Paulo em Atenas. At. 17:16 ss.

3. Glorificando o amor, como João. 1 Jo. 4:9-14.

4. Conforme o exemplo de Cristo, como Filipe. At. 8:35-40.

5. Eficientemente, como a mulher samaritana. Jo. 4:28-30,39-42.

6. No Espírito Santo. 1 Pe. 1:12.

7. Dando exemplo e praticando. 1 Ts. 1:7-10.

VI. CONDIÇÕES PARA O TESTEMUNHO PESSOAL. Lc. 5:1-11.

1. Aplicação e fidelidade na vida profissional. V.2.

2. Disposição para qualquer serviço. V.3.

3. Obediência à ordem do Mestre. Vv.4,5.

4. Fé firmada na Palavra. V.5.

5. Cooperação fiel com os co-obreiros. V.7.

6. Conhecer a si próprio. V.8.

7. Prontidão para deixar tudo. V.11.

VII. CHAMADO PARA SERVIR. Lc 19:13.

1. Cristo, nosso exemplo no serviço. Jo. 13:1-17.

2. Nossa posição certa no serviço. Sl. 123:2.

3. Nosso lema no serviço. Rm. 12:11-13.

4. Devemos servir, enquanto é dia. Jo. 9:4.

5. Todos devem servir. Mc. 13:34.

6. Servir sem esmorecer. 1 Co. 15:58.

7. Quem está pronto para o serviço? Is. 6:8.

VIII. ALGUMAS REGRAS NO SERVIÇO DO MESTRE.

1. Servir somente para a glória do Senhor. Jo. 3:30; 1 Co. 1:30,31.

2. Trabalhar conforme os pensamentos e os planos de Deus. Êx. 25:40.

3. Servir de coração puro. 2 Tm. 2:21.

4. Fazer no poder de Cristo. Fp. 4:13.

5. Servir confiantemente, cheio de esperança. Sl. 126:5,6.

6. Ser um servo honrado de Cristo. 1 Tm. 3:8.

IX. COMO PODEMOS SERVIR E TRAZER FRUTOS?

1. Anunciando o Senhor em qualquer oportunidade. At. 8:4.

2. Através de uma vida exemplar. Mt. 5:16; Mc. 5:19; Ef. 5:8,9.

3. Pelo testemunho fiel. At. 4:13; 26:16; 1 Jo. 4:4.

4. Com contribuições abundantes para sua obra. 1 Co.16:2.

5. Por intercessões sérias. Ef. 6:18,19; 2 Co. 1:11.

6. Com disposição pessoal. Mc. 16:15; 1 Co. 9:16.

X. O ESPÍRITO SANTO E A MISSÃO.

1. O Espírito santo chama os missionários. At. 13:2.

2. Ele os envia. At. 13:4.

3. Reveste-os para o serviço. At. 13:9.

4. Sustenta-os e dá alegria. At. 13:52.

5. Confirma seu serviço. At. 15:8.

6. É seu conselheiro. At. 15:28.

7. Abre e fecha portas. At. 16:6-9.

XI. REFLEXÕES SOBRE A MISSÃO.

1. Deus entra em ação. At. 15:14-17.

2. O chamado missionário. Mc. 16:15.

3. O espírito missionário. At. 1:8.

4. A motivação para a missão. 2 Co. 5:14.

5. O melhor campo missionário. Rm. 15:20,21.

6. Nossa mensagem missionária. 2 Co. 5:19-21.

7. Nossa intercessão pelos missionários. Lc. 10:2; Ef. 6:8-19.

8. O tempo certo para missão. Jo. 4:35; 9:4.

XII. QUATRO PERGUNTAS IMPORTANTES SOBRE MISSÃO. Rm 10:14,15.

1. Como invocarão Aquele em quem não creram?

a) Precisam conhecer o Pai. Jo. 3 :16,17.

b) Necessitam conhecer o Filho unigênito. Jo. 1:14.

c) Devem ser convencidos pelo Espírito santo. Jo. 16:7-13.

d) Precisam ser atraídos pelo salvador. Jo. 12:32.

2. Como crerão nAquele de quem nada ouviram?

a) Deus mandou-nos anunciar a Cristo. Lc. 4:18; 1 Jo. 1:3.

b) Ele ordenou-nos pregar. Mc. 3:14; 2 Tm. 4:2.

c) É nossa tarefa testemunhar dEle. At. 1:8.

3. Como ouvirão se não há quem pregue?

a) Cada crente é um enviado. Jo. 17:18; Is. 52:7.

b) A nós foi confiado o ministério da reconciliação. 2 Co. 5:19,20.

c) Jesus ordenou-nos pregar o Evangelho. Mc. 16:15.

4. Como pregarão se não forem enviados?

a) Quão formosos são os pés dos ... V.15.

b) Eles são chamados seus mensageiros. At. 13:4.

c) Eles seguem seus passos. Is. 61:1; Ef. 6:15.

XIII. PREGUE A PALAVRA.

1. Nós fomos designados para isso. Ap 22:17; 1 Tm. 4:6; At.1:8.

2. Faça da melhor maneira. 2 Tm. 2:15; Tt. 2:7,8.

3. Faça na confiança do Espírito Santo. 1 Co. 2:4.

4. Anuncie somente a Jesus Cristo. Gl. 1:8.

5. Anuncie toda a Palavra. 2 Tm. 4:2.

6. Pregue a Cristo como crucificado. 1 Co. 2:2-5.

7. Faça lembrar da sua volta. 2 Pe 1:16.

 Aplicação para nós

A suprema meta cristã é imitar Jesus. Múltiplos trechos ensinam que nós devemos seguir Jesus prosseguindo a mesma justiça (1 Jo 2:29), pureza (1 Jo 3:3), amor (Ef 5:2), paciência (1 Pe 2:18-23), humildade (Jo 13:1-20).

Um trecho paralelo (Is 49:6) que trata de Jesus como o servo de Deus é citado em At 13:47 e aplicado aos cristãos em geral. Então à medida que lemos nestes trechos qualidades de Jesus, nós devemos tentar imitá-las à risca.

Nós devemos servir. Não existe como medir o serviço e sacrifício de Jesus. Ele desceu da glória excelsa para a cruz vergonhosa demais (Fp 2:5-11). Ele insistiu conosco que o padrão do reino dele seja totalmente diferente que a regra nos impérios mundanos (Mc 10:42-45). Não devemos disputar lugares de destaque, mas sim, oportunidades para servir um ao outro.

Nunca devemos pensar no jeito em que estamos sendo tratados, mas devemos nos preocupar com o bem-estar dos nossos irmãos (Fp 2:3-4). A humildade exigida para manter esta postura é tão difícil conseguir que temos que meditar na vida de Cristo constantemente para realizá-la. Vamos valorizar ao máximo o simples serviço humilde.

Nós devemos deixar o Espírito de Deus habitar cada vez mais em nós. Assim como Jesus recebeu o Espírito sem limitações, devemos crescer para nos tornarmos cada vez mais a morada de Deus por seu Espírito (Ef 2:21-22).

Mas o Espírito não habita num templo indigno (Ez 8-11; 1 Co 6:19-20) e por isso temos que tirar do nosso corpo todo tipo de pecado. Devemos deixar a palavra de Deus, que é a espada do Espírito (Ef 6:17), nos moldar, sempre nos esforçando para nos adaptarmos a fim de imitar a mensagem escrita. À medida que o Espírito de Deus transforma nossas vidas parecemos com Cristo.

Nós devemos fazer tudo possível para promover a justiça. Para realizar esta meta temos que nos esforçarmos para buscar e prosseguir a justiça em nossa própria vida (Mt 6:33; 1 Tm 6:11; 2 Tm 2:22). Honestidade e integridade têm que ser as regras fundamentais da nossa conduta. Mas temos que fazer mais do que isso.

Devemos ser pregadores da justiça assim como foi Noé (2 Pe 2:5). Como Jesus devemos pregar e anunciar a palavra da justiça que divulga o caminho pelo qual o homem volta a ser justo perante o Senhor.

O comprometimento que nosso Senhor tem com o estabelecimento da justiça na terra nos dá nosso alvo supremo. Não devemos nos cansar do trabalho de promover o evangelho da paz.

Fico impressionado com a maneira quieta de Jesus. Durante sua vida aqui na terra ele não gritou nem clamou nem ergueu sua voz nas ruas. Freqüentemente Jesus pediu para que ninguém falasse de um determinado milagre (por exemplo, Mc 1:44-45; 5:43), chamou alguém a parte para curá-lo (Mc 7:33), ou até curou antes da multidão se congregar (Mc 9:25).

Jesus traçou o caminho para nós que também devemos rejeitar os métodos sensacionalistas e a ênfase na propaganda. Os métodos de vender produtos não são as técnicas para converter uma pessoa de coração para Cristo.

Existem muitas maneiras de chamar pessoas para se unirem a uma determinada igreja mas apenas uma maneira para convertê-las a Cristo: ensinar a palavra de uma forma íntegra. É triste quando igrejas não se contentam com a simplicidade de Cristo e sua palavra, e procuram outros meios de atrair pessoas.

Devemos imitar a mansidão de Jesus. A verdade deve ser ensinada, sim, mas não de qualquer jeito. Paulo explica a postura que devemos ter ao corrigir uma outra pessoa: "Ao servo do Senhor não convém brigar mas, sim, ser amável para com todos, apto para ensinar, paciente.

Deve corrigir com mansidão os que se lhe opõem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento, levando-os ao conhecimento da verdade, para que assim voltem à sobriedade e escapem da armadilha do Diabo, que os aprisionou para fazerem a sua vontade" (2 Tm 2:24-26).

Nós temos que ter cautela a não afastar pessoas do Senhor em nossas tentativas para corrigi-las. É verdade que algumas pessoas precisam de maneiras mais fortes que outras: "Tenham compaixão daqueles que duvidam; a outros, salvem, arrebatando-os do fogo; a outros ainda, mostrem misericórdia com temor, odiando até a roupa contaminada pela carne"(Jd 22-23).

Jesus mostrou bastante ternura aos fracos, mas falou bem forte com os líderes religiosos que estavam cheios de orgulho. Vamos analisar nossa maneira de admoestar pessoas e tentar imitar nosso Senhor.

É imperativo que perseveremos do mesmo jeito que Jesus continuou até o fim. Há vários motivos para desânimo, mas temos que ter a máxima determinação para nunca desistir.

Na profecia de Isaías 50:6-7, Jesus coloca seu rosto como seixo, como dura rocha que nunca pode ser desviado. Você vê em Jesus na terra que nem a rejeição, nem a perseguição, nem a falta de sucesso, nem a canseira conseguiram afastá-lo da missão que ele veio para cumprir.

O comprometimento que ele tinha com a vontade do Pai superou todo obstáculo (Mateus 26:39). Nós precisamos da mesma tenacidade: "Portanto, meus amados irmãos, mantenham-se firmes, e que nada os abale. Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil" (1 Co 15:58).

Nós nos dizemos cristãos, mas para de fato sermos cristãos temos que imitar a vida e as qualidades de Jesus. Estas qualidades de Isaías 42 formam um excelente começo neste sentido. Que imitemos a ele cada vez mais até que um dia sejamos como ele (1 Jo 3:2-3).

sexta-feira, 23 de março de 2012

A preparação e a chamada de Moisés



Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias - RJ
seminarionainternetdoprofjanio.blogspot.com.br




Nós hoje vamos meditar na Palavra de Deus em Êx 2.11-3:22

Deus escolheu Moisés para conduzir seu povo à Terra Prometida. Esta missão não seria possível se o Eterno não lhe moldasse o caráter, mediante o exercício da paciência. (At 7.30). Por quarenta anos, Moisés viveu como um príncipe no Egito recebendo instrução e preparo na arte de liderar (At 7.22).

Todavia, a humildade, tão urgente à sua grandiosa incumbência, só viria após quarenta anos de exílio em Midiã. Período igual de peregrinação no deserto ainda seria necessário para que Deus completasse a obra em sua vida.

Deus tinha planos para Moisés bem antes que ele nasceu. Isso pode ser facilmente visto por meio das coisas que Deus fez em seu nascimento para preservar sua vida, assim como tê-lo criado como neto do Faraó e herdeiro do trono do Egito.

Deus tocou o coração de Moisés de modo que tinha mais preocupação com seu povo (os Hebreus) do que ambição pelo trono do Faraó. Isso pode ser visto quando Moisés salva a vida do escravo hebreu e mata o egípcio. ( Êx 2:11 e 12).

Assim como o Senhor Jesus quando lhe foi oferecido os reinos do mundo por Satanás (Lc 4:5-8), Moisés, tendo o trono do Egito disponível, escolheu tornar-se um desterrado para o bem do seu povo (Hb 11:24-26).

Assim como Jesus, Moisés foi rejeitado pelo seu povo, os hebreus. Abandonou o Egito e foi para as terras de Midiã. Lá, encontrou as sete filhas de Jetro. Moisés chegou a ser o amigo deles, depois de ajudá-los quando alguns pastores os estavam maltratando. Então Moisés habitou com Jetro e pastoreou seu rebanho.

Jetro deu a Moisés sua filha Zípora por esposa.

Certo dia, ainda nessa terra deserta, Moisés viu um arbusto queimando e não sendo consumido. Virando de lado para observar essa estranha visão, ouviu a voz de Deus falando com ele e chamando-o para a grande obra de conduzir Israel para fora do Egito.

Moisés teve muito temor e muitas questões, o que o levou a relutar a obedecer a Deus. Moisés perguntou, quem digo que me enviou, desde que não vão acreditar na minha autoridade? Deus disse-lhe, diga-lhes “o EU SOU te enviou”. Isso expressa a eterna existência e onipotência de Deus. Moisés disse, “mas não sou um bom orador.”

Deus disse, “Arão, seu irmão, o é, farei dele a sua boca.” Então Moisés tomou sua esposa e filhos e foi para o Egito. No caminho encontrou seu irmão Arão e começaram o trabalho de conduzir Israel para fora do Egito. Nesse tempo Moisés tinha 80 anos e Arão, 83.

I- MOISÉS FOI UM MILAGRE DE DEUS

1- Nasceu sob a perseguição dos Egípcios Ex.1:15,16

2- Foi protegido milagrosamente Ex.2:3

3- Como teve a vida poupada Ex.2:5-9

4- Sua formação At.7:22

II. OS PRIMEIROS ANOS DE MOISÉS

1. A infância. Para salvar a vida do pequeno Moisés, sua mãe, Joquebede, o colocara num cesto, às margens do Nilo. O que ela não poderia imaginar é que ali, bem perto, banhando-se no rio, estava a filha de Faraó para ampará-lo (At 7.21). Assim, a princesa deu-lhe o nome de Moisés, “porque das águas o tenho tirado” (Êx 2.10).

Os planos de Deus jamais podem ser frustrados. A filha de Faraó se afeiçoou tanto ao menino que prontamente o adotou. Além disso, O Senhor providenciou tudo a fim de que a própria mãe de Moisés fosse contratada para criá-lo. Foi nessas circunstâncias que Deus agiu propiciando a Moisés formação espiritual através dos seus pais e, mais tarde, formação “acadêmica” no Egito (At 7.22).

2. Sua chamada. Estando Moisés em Midiã, Deus o fez subir ao monte Horebe. Ali, o Anjo do Senhor apareceu-lhe no meio de uma sarça ardente. Deus o chamou pelo nome e fez-lhe saber seus propósitos. O Todo-Poderoso escolhera seu servo para libertar os israelitas da escravidão do Egito.

III. SUA PREPARAÇÃO

Moisés foi realmente um exemplo de líder, foi um libertador, dirigente, mediador, legislador, profeta, foi sobretudo um grande homem de Deus que recebia a comunicação de Deus para o povo e sobre ele pesa toda a carga das peregrinações, como também é quem recebia o golpe da crítica do povo, e se encontra entre os grandes heróis da fé enumerados em 11 de Hebreus.

Ao analisarmos sua história podemos tirar grandes lições que podem ser aplicadas à liderança da igreja “moderna” , como as qualidades essenciais que um bom líder devem ter, tais como a capacidade, o temor a Deus, a verdade, e não avareza.

IV . TEMPERAMENTO CONTROLADO POR DEUS

1. No Egito. O temperamento de Moisés se manifestou quando, ainda vivia no palácio de Faraó. Ele matou um egípcio que feria um hebreu (Êx 2.11). Esta foi uma atitude impensada, decorrente das fortes emoções que sentiu ao ver um irmão sendo maltratado.

Um líder não deve tomar nenhuma atitude no ardor das emoções. Embora tenha sido algo reprovável na vida de Moisés, Deus se utilizou deste fato para levá-lo ao deserto a fim de que fosse preparado, durante quarenta anos, para exercer o seu chamado. Deus tinha um plano em sua vida.

Isto deixa claro que o Senhor não leva em conta o temperamento do homem o qual escolhe, mas sim a disposição deste em permitir que seu caráter seja aperfeiçoado.

2. Na travessia do Mar Vermelho.

Com suas emoções controladas por Deus, Moisés estava apto a conduzir o povo pelo deserto até Canaã. Diante do Mar Vermelho e cercado pelo exército de Faraó, esse eficaz líder viu-se diante de um enorme desafio.

O povo perdera a confiança em Deus e, amedrontado, culpava Moisés pela difícil circunstância. Jamais havia sofrido tamanha pressão.

Todavia, com segurança e serenidade exortou ao povo: “... Não temais; estai quietos e vede o livramento do Senhor...” (Êx 14.13). Todo homem de Deus precisa saber lidar com situações difíceis e extremadas (Pv 24.10).

Deus se manifestou poderosamente a seu povo, fazendo-o passar a pés enxutos pelo mar (Êx 14.15-21). Todos seus adversários perecem (Êx 14.22-30). Assim, o povo pode constatar a autoridade que o Senhor dera a Moisés.

1- Nos primeiros quarenta anos Ex.2:10

A- Passou no palácio de Faraó

a) Aprendeu que era tudo

2- Dos quarenta aos oitenta anos Ex.2:11

A- Passou no deserto Ex.2:15,21

a) Aprendeu que não era nada

3- Dos oitenta aos cento e vinte anos Ex.3:1-5

A- Passou trabalhando para Deus

a) Aprendeu que Deus é tudo

V. SUA CHAMADA

1- Foi no monte (lugar certo) Ex.3:1

2- Foi no meio do fogo (marcada importante) Ex.3:2

3- Foi com interesse (ponto importante) Ex.3:3

4- Foi com exortação (bom sinal) Ex.3:4,5

5- Foi com santidade (Característica indispensável) Ex.3:6

6- Foi com clareza (principio fundamental) Ex.3:10-12

(V 10 ) Deus chama Moisés para tirar o seu povo do Egito. O que estava o povo de Deus fazendo no Egito? Vamos juntos acompanhar os passos dos hebreus começando com José em Gênesis 37-50 e terminando com Moisés em Êxodo 1 e 2. Vemos em Êxodo capítulo 2: O Nascimento de Moisés, O Homicídio, A Fuga e Morte de Faraó.

Moisés morou 40 anos com os midianitas e aprendeu muitas coisas que foram úteis quando teve que liderar os israelitas no deserto como: relevo geográfico, trilhas, oásis, fontes.

Os midianitas eram parentes distantes dos hebreus conforme Gênesis 25.2. É provável que os midianitas mantiveram contato com a tribo de Judá e falaram sobre Deus Jeová para Moisés; haja vista que o sogro de Moisés era um sacerdote.

V. 1-9 Moisés apascentava o rebanho de seu sogro quando Deus apareceu a ele, isto é, Deus se revelou a Moisés. Moisés sabia muito pouco sobre os israelitas, pois for a criado na corte de Faraó.

O livro de Gênesis e os dois primeiros capítulos do livro de Êxodo foram revelados por Deus a Moisés. Ele até se assustou quando Deus disse tudo sobre ele: tribo, pai, mãe, irmãos.

V. 10 Após a narração, Deus disse para Moisés: “Agora que você, Moisés, está ciente de tudo; Eu preciso de você. Quero que você, juntamente com o seu irmão Arão, liberte o Meu povo do cativeiro e leve-o até a Palestina, sua pátria”.

V. 11 Moisés relutou por ser uma tarefa muito difícil. Ele achava que não estava capacitado para um empreendimento tão grande.

V. 12-17 Deus deu todas as coordenadas, todas as explicações a Moisés.

V. 18 e assim finalmente Moisés partiu para o Egito. A tarefa foi árdua, mas ele conseguiu porque seguiu as instruções de Deus.

Alguns teólogos dizem que os faraões opressores foram: Totmés III (1500-1450 a.C) e Amenófis II (1447-1420 a. C). Ambos eram da XVIII Dinastia.

Outros teólogos afirmam que os faraós opressores foram Ramés II (1295-1225 a. C) e seu sucessor Menefta (1225-1215 a.C), ambos da XIX Dinastia. Todos os teólogos estão de acordo que foi o Faraó Menefta que autorizou a saída dos israelitas do Egito após muita resistência.

Há a Chamada Geral e a Especial. A Geral é aquela que Deus chama toda a humanidade para segui-lO e a Especial é aquela em que Deus escolhe pessoas já regeneradas para um trabalho específico.

Moisés escreveu cinco livros chamados de Pentateuco de Moisés. Ei-los:

Gênesis: Origem ou princípio de tudo que existe no Universo. Narra outros fatos também.

Êxodo: Narra a saída do povo de Deus do Egito e outros fatos interessantes. Foi escrito entre 1292 e 1225 a.C.

Levítico: Trata quase que exclusivamente dos deveres sacerdotais. Como a tribo de Levi era a tribo dos sacerdotes, o nome do livro é uma homenagem àquela tribo. Contém muitas leis.

Números: Recebeu esse nome por causa da contagem ou recenseamento dos israelistas no deserto.

Deuteronômio: Significa Segunda Lei. Além das leis novas, há complementos, esclarecimentos e modificações para as leis anteriores contidas nos outros livros anteriores. Temos também a preparação para a entrada na Palestina, eleição de Josué, despedida de Moisés, suas bênçãos proféticas e sua morte.

VI. CARACTERÍSTICAS INDISPENSÁVEIS AO LÍDER

1. Amor. Ao saber do pecado de Israel pelo próprio Senhor, Moisés demonstrou-lhe todo seu amor e lealdade. Deus propôs-lhe ser o líder de uma nova nação, com todas as honras e benefícios que isto poderia trazer. Porém, Moisés não pensou em si mesmo e no seu próprio bem-estar. Ao contrário, intercedeu pelo povo por duas vezes (Êx 32.30-33; 33.12-17).

Ele não se contentou com a salvação física do povo e pelo seu perdão completo, queria a presença do Senhor entre eles. Chegou a pedir ao Senhor que tirasse o seu nome do Livro da Vida em troca do perdão que almejava para o povo.

Moisés ensina, com sua atitude, que é possível abrir mão de certos interesses para beneficiar pessoas que estão ao nosso redor ou sob nossa orientação (1 Co 13.5). Seu grande equívoco foi acreditar que a retirada do seu nome do Livro da Vida viabilizaria o perdão do povo, algo que só Deus pode fazer.

2. Humildade e mansidão (Nm 12.3). Todo líder, qualquer que seja sua área de atuação, corre o risco de desgastar-se no exercício da liderança, quando não delega responsabilidades.

Trata-se daqueles que julgam ser capaz de fazer tudo sozinho. Todos precisam de cooperadores (Rm 16.3; 1 Co 3.9). Caso contrário, não faltará exaustão e estresse.

Isso aconteceu com Moisés que pretendia conduzir o povo sozinho. Todavia, seu sogro, um homem cheio de sabedoria, aconselhou-o a utilizar um método eficaz de liderança (Êx 18.17-24). Moisés poderia simplesmente não aceitar o conselho de Jetro.

No entanto, não foi assim que agiu! Hoje em dia muitos jovens não querem ouvir os conselhos dos mais velhos, pois se julgam auto-suficientes. A Palavra de Deus nos diz que na multidão de conselheiros há sabedoria (Pv 11.14).

À medida que Moisés permitiu que seu caráter fosse trabalhado, Deus o usou na concretização de seus planos em relação ao povo de Israel, fazendo-os entrar em Canaã (Êx 6.4).

Deus agirá do mesmo modo com qualquer cristão que Ele escolher para realizar qualquer projeto no seu Reino.

Que Deus nos abençoe, amém!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Antioquia uma Igreja missionária



Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias - RJ
mensagemdemissoesdopresbjaniosantos.blogspot.com




Meus amados missionários A Paz do Senhor!

Em Atos 13 o horizonte de Lucas se alarga, pois o nome de Jesus seria maciçamente testemunhado além da Judéia e Samaria. A partir de Antioquia chegaria aos confins da terra. Os dois diáconos evangelistas prepararam o caminho.

Estevão através de seu ensino e martírio, Filipe através de sua evangelização ousada junto aos samaritanos e ao etíope. O mesmo efeito tiveram as duas principais conversões relatadas por Lucas, a de Saulo, que também fora comissionado a ser o apóstolo dos gentios, e a de Cornélio, através do apóstolo Pedro.

Evangelistas anônimos também pregaram o evangelho aos "helenistas" em Antioquia. Mas sempre a ação esteve limitada à Palestina e à Síria. Ninguém tinha tido a visão de levar as boas novas às nações além mar, apesar de Chipre ter sido mencionada em Atos 11:19. Agora, finalmente, vai ser dado esse passo significativo.

A igreja em Antioquia surgiu meio que por acaso. Por causa da perseguição desencadeada com a morte Estevão, (cujo mentor foi justamente nosso bom e velho amigo Paulo) a Igreja de Jerusalém foi obrigada a se espalhar pelas diversas partes do Império Romano, e por onde iam anunciavam o evangelho. Não teria sido necessária uma perseguição se a Igreja tivesse entendido que sua missão não se limitava a Jerusalém, pois muito antes Jesus tinha dito "Por toa Judéia, Samaria até os confins da Terra". Mas Deus, transforma o mal em bem, fez dessa tribulação a oportunidade para o evangelho ganhar o mundo.

mesmo tendo sido dispersos eles ainda continuavam se "achando" e só pregavam o evangelho de Jesus entre os Judeus. Quando os fiéis chegaram na cidade de Antioquia, uma cidade poderosa e influente na época, eles começaram algo totalmente novo, "radicalizaram geral" e começaram a pregar também entre os gregos. Desde sua origem a igreja em Antioquia entendeu que a mensagem da cruz não pode se limitar a um povo só, a uma só nação, mas é para todas as culturas.

Quando os apóstolos em Jerusalém souberam do babado, mandaram Barnabé que de tabela levou Paulo (agora já convertido) para dar apoio aquela nova comunidade. E tal era o comportamento, a fé e a obediência daqueles homens que pela primeira vez os servos de Jesus foram chamados de Cristãos que significa "Pequeno Cristo" ou "Semelhante a Cristo", título que, talvez não com tanto mérito, mas com orgulho carregamos até hoje.

Paulo, Barnabé e outros mestres permaneceram em Antioquia ensinando e edificando a Igreja, mas uma Igreja que já nasceu sabendo que o evangelho era também para os gregos não poderia se fechar no seu mundinho e movidos pelo Espirito Santo enviaram Paulo e Barnabé às outras regiões. Quando uma Igreja é cheia do Espírito Santo e da ouvidos a voz do Espírito ela não consegue ficar confinada em suas paredes ela precisa ganhar o mundo. Além disso Antioquia mandou o que tinha de melhor seus líderes principais, mais preparados.

Paulo fez três talvez quatro grandes viagens missionárias, e levou o evangelho a todas as regiões que podia, até mesmo na casa de César.

Quando falamos em missões nos perguntamos onde estão os missionários, aqueles que bravamente se colocarão a serviço do Senhor, mas esquecemos do que foi dito "Como pregarão se não forem enviados?" E quem enviará, se não a igreja a quem foi dada a missão. É a igreja local que é responsável por alistar, capacitar, enviar e sustentar o missionário que está no campo entre as nações. Como teremos novos Paulos em nossa geração se não se levantarem novas Igrejas semelhantes a Antioquia.

A população cosmopolita de Antioquia se refletia nos membros de sua igreja e até mesmo em sua liderança, que consistia em cinco profetas e mestres que moravam na cidade. Lucas não explica a diferença entre esses ministérios, nem se todos os cinco exerciam ambos os ministérios ou se os primeiros três eram profetas e os últimos dois mestres.

Ele só nos dá os seus nomes. O primeiro era Barnabé, que foi descrito com "um levita, natural de Chipre" (Atos 4:36). O segundo era Simeão que tinha o sobrenome de Níger, que significa Negro, provavelmente um africano e supostamente ninguém menos que Simão Cireneu, que carregou a cruz para Jesus. O terceiro era Lúcio de Cirene e alguns conjecturam que Lucas se referia a si mesmo o que é muito improvável já que ele preserva seu anonimato em todo o livro.

Havia também Manaém, em grego chamado o "syntrophos" de Herodes o tetrarca, isto é, de Herodes Antipas, filho de Herodes o Grande. A palavra pode significar que Manaém foi "criado" com ele de forma geral ou mais especificamente que era seu irmão de leite. O quinto líder era Saulo. Estes cinco homens simbolizavam a diversidade étnica e cultural de Antioquia e da própria igreja.

Foi quando eles estavam "servindo ao Senhor, e jejuando" que o Espírito Santo lhes disse: "separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado" (At.13:2). Algumas perguntas precisam ser respondidas.

A quem o Espírito Santo revelou a sua vontade? Quem eram "eles", as pessoas que estavam jejuando e orando?

Parece-me improvável que devamos restringi-los ao pequeno grupo dos cinco líderes, pois isso implicaria em três deles serem instruídos acerca dos outros dois. É mais provável que se referia aos membros da igreja como um todo já que eles e os líderes são mencionados juntos no versículo 1 de Atos 13. Também em Atos 14:26-27, quando Paulo e Barnabé retornam, prestam conta a toda a igreja por terem sido comissionados por ela. Possivelmente Paulo e Barnabé já possuíam anterior convicção do chamado de Deus e esta verdade foi aqui revelada para toda a igreja.

Qual o conteúdo da revelação do Espírito Santo à Igreja em Antioquia?

Foi algo muito vago e possivelmente nos ensina que devemos nos contentar com as instruções de Deus para o dia de hoje. A instrução do Espírito Santo foi "separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado", muito semelhante ao chamado de Abrão: "vai para a terra que te mostrarei". Na verdade em ambos os casos o chamado era claro mas a terra e o país não.

Precisamos observar também que tanto Abrão como Saulo e Barnabé precisariam, para obedecerem a Deus, darem um passo de fé.

Como foi revelado o chamado de Deus?

Não sabemos. O mais provável é que Deus tenha falado à igreja através de um de seus profetas. Mas seu chamado também poderia ter sido interno e não externo, ou seja, através do testemunho do Espírito em seus corações e mentes.

Independente de como o receberam, a primeira reação deles foi a de orar e jejuar, em parte, ao que parece, para testar o chamado de Deus e em parte para interceder pelos dois que seriam enviados. Notamos que o jejum não é mencionado isoladamente. Ele é ligado ao culto e à oração, pois raras vezes, ou nunca, o jejum é um fim em si mesmo. O jejum é uma ação negativa em relação a uma função positiva. Então jejuando e orando, ou seja, prontos para a obediência, "impondo sobre eles as mãos os despediram".

Isto não era uma ordenação ao ministério muito menos uma nomeação para o apostolado já que Paulo insiste que seu apostolado não era da parte de homens, mas sim uma despedida, comissionando-os para o serviço missionário.

Quem comissionou os missionários?

De acordo com Atos 13:4 Barnabé e Saulo foram enviados pelo Espírito Santo que anteriormente havia instruído a igreja no sentido de separá-los para ele. Mas de acordo com o versículo seguinte foi a igreja que, após a imposição de mãos, os despediu. É verdade que o último verbo pode ser entendido como "deixou-os ir", livrando-os de suas responsabilidades de ensino na igreja, pois às vezes Lucas usa o verbo "adulou" no sentido de soltar.

Mas ele também o usa no sentido de dispensar. Portanto creio que seria certo dizer que o Espírito os enviou instruindo a igreja a fazê-lo e que a igreja os enviou, por ter recebido instruções do Espírito. Esse equilíbrio é sadio e evita ambos os extremos. O primeiro é a tendência para o individualismo pelo qual uma pessoa alega direção pessoal e direta do Espírito sem nenhuma referência à igreja. O segundo é a tendência para o institucionalismo, pelo qual todas as decisões são tomadas pela igreja sem nenhuma referência ao Espírito.

Não há indícios para crermos que Saulo e Barnabé eram voluntários para o trabalho missionário. Eles foram enviados pelo Espírito através da igreja. Portanto cabe a toda igreja local, e em especial aos seus líderes, ser sensível ao Espírito Santo, a fim de descobrir a quem ele está concedendo dons ou chamado.

Chamado missionário não é um ato voluntário, é uma obediência à visão do Senhor.

Assim precisamos evitar o pecado da omissão ao deixarmos de enviar ao campo aqueles irmãos com clara convicção de que foram chamados por Deus, bem como a precipitação de o fazermos com outros que possuem os dons para tal, mas sem confirmação do Espírito à igreja.

O equilíbrio é ouvir o Espírito, obedecê-lo e fazer da igreja local um ponto de partida para os confins da terra.

Continuemos a orar pelos missionários que estão em ação; e se podermos contribuir para esta tão importante obra será uma bênção e pra a glória do nome do Senhor Jesus!

Dia de Oração por Missões Mundiais acontece em 7 de março


Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias - RJ
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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!

 Durante as 24 horas do dia os cristãos estarão intercedendo por missionários de todas as partes do mundo que estão levando a Obra de Deus até os confins da Terra

No dia 7 de março a Junta de Missões Mundiais (JMM) está realizando o Dia de Oração por Missões Mundiais que tem como objetivo levantar um clamor por aqueles missionários que estão servindo em localidades distantes, enfrentando dificuldade e até mesmo perigo para poder levar a Palavra de Deus.

Para participar a igreja precisa mobilizar seus membros a se comprometerem em orar durante uma parte daquele dia. O JMM lembra que igrejas grandes podem separar 144 pessoas para orar 10 minutos daquele dia, somando 1.440 minutos, ou seja, 24 horas de intercessão pelas missões.

Mas essa não é apenas a única forma de participar, para lembrar a data é possível fazer um culto especial, uma vigília, reunião de grupos pequenos, cultos domésticos e até mesmo reuniões de oração. Mas todos esses eventos precisam ter como objetivo orar em favor dos missionários e cristãos que estão em várias partes do mundo.

O dia pode ser lembrado por aqueles que adotaram uma família missionária ou um projeto, e durante o dia 7 é interessante orar especificamente por essas pessoas. ” É importante pedir para que o Senhor crie oportunidades para seus missionários anunciarem Cristo, a paz que liberta, às nações , diz trecho do texto da JMM.

Se você entende a importância de interceder por nossos irmãos que atenderam ao IDE de Cristo ajude a divulgar o Dia da Oração por Missões Mundiais anuncie nas suas redes sociais para que todos conheçam a importância de participar desse evento.

Você ainda pode colocar nas cartas enviadas aos missionários e até mesmo publicar uma nota no informativo ou boletim da igreja para que todos os membros saibam e aceitem participar dessa mobilização.

A JMM disponibiliza o site do Programa de Intercessão Missionária (PIM) para que os interessados se inscrevam para orar pela obra de evangelização mundial, pedindo a Deus para abrir o coração daquelas pessoas resistentes ao Evangelho, para que sejam transformadas pela paz de Cristo.

Nesse site também é possível adotar um projeto ou um missionário para interceder por ele. Entre em contato com a Central do Adotante: 2122-1901 (cidades com DDD 21) ou 0800-709-1900 (demais localidades) ou acesse o www.jmm.org.br.

A data também poderá ser lembrada em um culto especial, vigília, reunião de Pequeno Grupo, culto doméstico, reunião de oração... Escolha a melhor forma de conscientização sobre a importância da oração para se levar Cristo, a paz que liberta, a todo o mundo. Se não for possível realizar uma programação neste dia, sugerimos que a igreja escolha outra data. O importante é não ficar de fora desta grande mobilização.

Todas as metas alcançadas por Missões Mundiais acontecem com a permissão e a graça do Senhor.

Vidas são transformadas, povos são alcançados, sonhos são resgatados, milagres acontecem. Tudo isso só é possível por meio da oração. É através dela que podemos falar com Deus e compartilhar com Ele nossas angústias, aflições e pedidos.

A oração faz do crente um missionário. Quem adota uma família missionária ou um projeto, deve orar especialmente por eles neste dia 07 de março. É importante pedir para que o Senhor crie oportunidades para seus missionários anunciarem Cristo, a paz que liberta, às nações.

 Espalhe esta idéia

Há várias maneiras de ficar por dentro do Dia de Oração por Missões Mundiais. Para fazer parte desta grande rede de intercessão pela obra de evangelização mundial, basta se cadastrar no Programa de Intercessão Missionária (PIM) e pedir a Deus para abrir o coração daquelas pessoas resistentes ao Evangelho, para que sejam transformadas pela paz de Cristo.

Converse com o promotor de Missões de sua igreja e saiba como você pode ajudar a organizar esse importante dia no calendário da Campanha Missionária 2012.

 O Brasil é a segunda maior “força missionária” do mundo

 Estados Unidos mantém sua marca histórica e permanece o número 1

Na década de 1980, o Brasil passou a ser chamado de “celeiro de missões” por estudiosos que percebiam o potencial do país. Juntamente com outras nações emergentes, foi chamado de NPE (Novo País Enviador) juntamente com países como Coréia do Sul, Cingapura e Filipinas.

De acordo com Todd Johnson, diretor do Centro para o Estudo do Cristianismo Global do Seminário Teológico Gordon-Conwell , que estuda o avanço do cristianismo, o Brasil já se tornou o segundo país que mais envia missionários para o exterior.

Dos 400.000 missionários globais enviados para países estrangeiros em 2010, o Brasil enviou 34.000. Ficou apenas atrás dos Estados Unidos, que enviou 127.000.

As estatísticas foram apresentadas por Todd Johnson este mês. Curiosamente, apesar de os Estados Unidos serem o país que mais envia missionários ao exterior, também é o país que mais recebe missionários estrangeiros. Cerca de 32.400 obreiros cristãos foram enviados para lá e a maioria veio justamente do Brasil.

O crescimento no envolvimento missionário do Brasil está relacionado com a “explosão” dos evangélicos nos últimos 30 anos. O país tem a segunda maior população protestante do mundo. Também abriga um grande número de organizações missionárias. A maior atualmente é a JOCUM (Jovens Com Uma Missão) que tem 16.000 missionários trabalhando em cerca de 150 países.

A história missionária moderna começou na Inglaterra, em 1972, quando William Carrey foi para a Índia. Duas décadas depois, Adoniram Judson e sua esposa Ann Hasseltine Judson chegaram a Mianmar (antiga Birmânia). No Brasil, os primeiros missionários enviados para o exterior foram para Portugal, cerca de 100 anos atrás.

De acordo com Dana Robert, autor do livro “Missão cristã: Como o cristianismo se tornou uma religião mundial”, até o ano 2000 cerca de dois terços dos cristãos eram originários de países onde os missionários ocidentais trabalharam um século antes.

Que Deus ajude a cada um dos missionários em campo de missões; a cada um de nós que ainda não fomos enviados compete orar e contribuir com esta tão importante tarefa em nome de Jesus, amém!

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

As 10 características de um verdadeiro atalaia



Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!

Nesta oportunidade eu convido ao amado internauta para juntos meditarmos na Palavra de Deus no Livro do Profeta Ezequiel 33.6,7 que diz:

"A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da minha boca, e lha anunciarás da minha parte." (Ez 33 : 7) "Mas, se quando o atalaia vir que vem a espada, e não tocar a trombeta, e não for avisado o povo, e a espada vier, e levar uma vida dentre eles, este tal foi levado na sua iniqüidade, porém o seu sangue requererei da mão do atalaia." (Ez 33 : 6)





Nas antigas cidades muradas havia o atalaia. Ele surgiu da necessidade de evitar os perigos dos invasores e ladrões. Era uma função obrigatória de defesa social, de abrigo das cidades e das nações.



Esses antigos guardas desempenhavam um papel de grande responsabilidade. Ao seu cuidado previdente e vigilância incansável ficavam entregues o sossego e a vida do povo; dia e noite tinham que vigiar (Is 21.8, 11, 12; 62.6).




A impiedade é o inimigo que anda a rondar o destino das criaturas. Ninguém escapa das suas investidas, por isso as Escrituras comparam os cristãos a atalaias e vigias fiéis.






 Vejas as dez características de um verdadeiro atalaia:



I. O ATALAIA DEVIA SER PESSOA DA MAIS ALTA CONFIABILIDADE


O atalaia não podia ser aventureiro, não podia agir com irresponsabilidade... Muitas vidas dependiam do seu trabalho.





A escolha do atalaia era uma eleição muito importante... hoje em dia diríamos hoje que seria um caso de segurança nacional.





Com a presença do atalaia, os moradores da cidade podiam dormir sossegadas... porque alguém estava de plantão, e caso alguma anormalidade ocorresse, a segurança de todos estava garantida: o atalaia soaria a trombeta, despertando os soldados e a população.





II. O ATALAIA DEVIA SER PESSOA COMPETENTE




Lemos no v.3 que a função do atalaia era "avisar o povo", sempre que ele visse o inimigo se aproximando: "Quando vê o inimigo chegando, o vigia dá o alarme para avisar toda a gente".





É interessante observar esta informação do v.3: "Quando vê o inimigo chegando".





O atalaia não podia ser cego não. Precisava ser alguém de boa visão.





Atalaia cego é igual a atalaia nenhum.





Também o atalaia não podia ser míope (naqueles dias óculos e binóculos ainda não existiam, portanto, o atalaia tinha que ter olhos sadios ele não podia ter trave de madeira nem cisco no olho (a linguagem de ontem diz "argueiro") tinha que ser competente para a função.





III. O ATALAIA DEVIA SER PESSOA QUE AMASSE O SEU POVO






Ai do povo cujo atalaia resolvesse "tirar uma soneca na rede" ou prestar serviço pro inimigo, deixando de dar o alarme ou os portões somente encostados!
Mas o atalaia não faria isto, porque o seu compromisso com a segurança do povo está no fato de amar o seu povo.






Um cristão do século passado dizia que "os oito primeiros versículos deste capítulo deveriam ser lidos de joelhos e com a oração para que manifestássemos uma obsessiva paixão pelas almas".







De fato, só um grande amor pela vida das outras pessoas poderia levar alguém a firmas os pés sobre o muro, e vigiar durante a madrugada para que o inimigo não apanhe a ninguém de surpresa...






Foi esse amor pelas pessoas, essa paixão pelas almas, que fez com que o inglês Guilherme Carey, considerado o pai das missões modernas, abandonasse a sua terra, para seguir, em 1793, para a Índia, num navio movido à vela, numa viagem que durou cinco meses.





E na Índia, Guilherme passou os quarenta e um anos restantes da sua vida e os primeiros convertidos só começaram a aparecer, depois de sete anos de trabalho intenso. Guilherme Carey foi atalaia... ele avisou muitos indianos do perigo que é viver sem Jesus.






O atalaia ama o seu povo, por isso o avisa... E faz isso tocando a trombeta - o v.3 nos revela isto: o atalaia toca a trombeta (nesse caso a versão na linguagem de ontem é melhor: "vendo ele que a espada vem sobre a terra, tocar a trombeta e avisar o povo". A NVI também traz "trombeta".





IV. DEVE OUVIR (verso 7). O que devo ouvir da parte de Deus? Esta pergunta parece um tanto estranha, mas entendemos que Jesus é a Palavra encarnada, e é dEle que devemos falar. Lembre-se da transfiguração quando Deus deixou claro que é Jesus a quem devemos ouvir. Muitos dão ouvidos a outras vozes e tornam-se incapazes do ofício de atalaias do Senhor;





V. DEVE ADVERTIR.



Advertir até os ouvintes reconhecerem a sua iniqüidade. Jesus nos advertiu sobre muitas coisas. Ele nos advertiu sobre o pecado, esmola, oração, jejum, as riquezas deste mundo, ansiedade, sobre servir a dois senhores, sobre o hábito de julgar os outros, sobre os dois caminhos, os falsos profetas, sobre quem entrará no reino de deus, sobre os dois alicerces.





Se tudo isso não nos chama a atenção é devido a nossa falta de interesse em advertir àqueles que estão olhando em outra direção, e assim deixando de cumprir a nossa tarefa de atalaias.






VI. OBEDECER (verso 9). A advertência é igual a uma ordem de conversão. Conversão é um ato de obediência e deve partir do coração do homem. A questão da obediência está ligada a idéia de que os advertidos precisam saber que sofrerão o castigo por causa dos seus pecados e de sua falta de obediência


VII . Estar sempre vigilante.




O menor cochilo era punido com rigor porque trazia conseqüências. Um guarda descuidado é inútil e perigoso como uma Igreja que dorme em vez de vigiar e proclamar a salvação em Cristo. Pregar a verdade é missão constante que deve tomar os cuidados da Igreja. Quando ela deixa para quando puder sua obra missionária, para quando terminar o templo está falhando com sua missão.






VIII . O guarda nas antigas cidades deveria ocupar os pontos mais estratégicos.




Tinha seu posto nas portas das cidades, nos morros, nas torres e lugares altos. Assim, deve a Igreja executar sua obra evangelística.




É preciso escolher os campos, os lugares, os meios e métodos de pregar e chamar os pecadores a Cristo. Nos negócios do Reino de Deus é preciso ocupar os pontos estratégicos, aproveitando os melhores meios para transmitir a mensagem.





A Igreja fará isso através dos seus membros, que ocuparão os lugares estratégicos e farão os contatos com as pessoas que têm de ser avisadas do perigo. Além disso, a igreja, como instituição, poderá manifestar-se quanto às grandes questões da nossa época, denunciando o pecado onde ele aparecer.






IX . O atalaia tinha que tocar a trombeta e avisar a cidade de qualquer perigo possível. Isso era feito ao mesmo tempo. Tocava a trombeta para despertar a atenção. Avisava, dando a notícia necessária no momento certo.




A Igreja, portanto, tem que unir sempre em sua obra de apoio e fundamento da verdade, a trombeta e o aviso. Precisamos falar a cada pessoa em particular mas precisamos fazer a mensagem chegar à cidade toda. Precisamos chamar a atenção para o perigo (trombeta), mas também entregar a mensagem que salva (aviso). Esses dois fatores devem andar juntos.




X . O atalaia não podia dar alarme falso. Era punido quando isso acontecia.



Da mesma forma é um grave erro todo alarme falso que uma determinada igreja use na sua obra de pregar o evangelho. A mensagem é uma só. Quaisquer acréscimos ou inovações devem ser imediatamente rejeitados. Só há um aviso certo: A alma que pecar, certamente morrerá. E só há um em quem se possa ter salvação: Jesus (At 4.12).





Mas nós não podemos nos iludir pois o inimigo não desiste fácil, e podemos ver no texto que mais uma vez que ele ficou por demais irado e agora sem tanta sutileza resolve fazer um ataque mais direto. Não devemos subestimá-lo (V.v 7,8)




Neemias mais uma vez busca forças através da oração, só que agora passa a se preocupar também com a vigilância. (V. 9) ler também (Mt 26:41)




Outra característica de Neemias é que ele era um líder de estratégias, e como vemos no verso 13 ele coloca as famílias juntas, (unidas) na luta para reedificar o muro. Ele sabia que se não houvesse unidade de propósitos seria muito difícil vencer aquela batalha.






Podemos observar outra qualidade em Neemias. ele sabia como incentivar seus liderados, colocando sempre o Senhor como a força, como aquele que pelejaria a batalha e lhes daria a vitória, como pode ser observado no verso 14.





Outra preocupação dele era a necessidade de trabalhar na reedificação armado , pois sabia que não poderia se defender e nem contra-atacar se estivessem desarmados.



No vs. 19 à 23 nos mostra que Neemias não deixou que largassem suas armas um só minuto. Se nós não estivermos sempre armados com a palavra de deus (que é a espada do espírito), não conseguiremos vencer os ataques que o inimigo dispara contra nós. Nós estamos engajados na obra do senhor (Ef 6:14-17)




 COMO DEVE SER UM ATALIA



A obra de Deus é muito extensa e é necessário estarmos preparados para fazei-la da melhor forma possível, como um instrumento de benção a ser usado por Ele. Um atalaia deve ser:




1. CHEIO DO ESPIRITO: Ao recebermos Jesus somos selados com o Espírito Santo (Ef 1:13) , mas nem todos são cheios do Espírito.


A condição para ser cheio do Espírito Santo é em primeiro lugar se submeter em tudo à vontade de Deus (Ef 5:17) e não viver em contendas mas, ao contrário, abrir a boca para falar e cantar a Palavra de Deus, ser sempre abundante na gratidão e estar sempre pronto a se sujeitar ao irmão, por temer a Deus. (Ef 5:18-21)





2. SUBMISSÃO: Submeter-se à uma autoridade é estar sempre pronto a obedecer, mesmo quando esta obediência contrariar a sua vontade. (Hb 13:17).






3. FIDELIDADE: Jamais receberemos uma grande responsabilidade das mãos do Senhor, se não formos fieis às pequenas coisas. (Mt 25:21)






4. PREOCUPAÇÃO COM A OBRA :É necessário que nos interessemos pela ordem dos cultos, limpeza da Igreja e principalmente pelas almas, em especial àquelas que não conhecem a Jesus Cristo como Salvador. (I Co 15:58)






5. RESPONSABILIDADE: Tudo que te vier a mão para executar faça bem feito, nunca haja com relaxamento na obra do Senhor. (Jr 48:10)




6. DEPENDÊNCIA DE DEUS: Jamais confie em suas próprias forças e nem na sua capacidade. É necessário ser humilde e reconhecer que sem Jesus nada podemos fazer, dependa sempre da capacitação que vem do alto. (Jo 14:26 / 15:5 – Cl 3:1)







7. PRONTIDÃO PARA OUVIR: O servo do Senhor também é conselheiro, porém, somente vai ter condições de aconselhar quando for pronto para ouvir. (Tg 1.19).




8. SIMPLICIDADE E PRUDÊNCIA: Ao mesmo tempo que o Atalaia deve ter um coração puro rejeitando a maldade, precisa ter prudência em suas ações para não ser pego de surpresa pelo inimigo. (Mt 10:16 ; I Co 14:20)




9. DESEJO ARDENTE DE SERVIR: Negue-se a sí mesmo e esteja totalmente entregue nas mãos do Senhor. Considere sempre o seu próximo superior a você, honrando-o. (Mt 20:26-28).






10. TER UM BOM TESTEMUNHO: O obreiro deve viver de acordo com a Palavra de Deus. É necessário ser irrepreensível para que o inimigo nunca tenha do que acusá-lo, pois conforme diz a Palavra, “… pêlos frutos vos conhecereis…” (Dn 6:4 ; Mt 7:20)





11. CONHECIMENTO DA PALAVRA: Ao vencer Satanás utilizando a Palavra de Deus, Jesus nos deixou o exemplo da importância de conhecermos a Bíblia e o seu poder. (Mt 4:10)






12. TER UMA VIDA DE ORAÇÃO: A oração deve ser o termômetro da nossa vida espiritual.


Muita oração muito poder, pouca oração pouco poder, nenhuma oração, nenhum poder. Aquele que não se habitua a orar não consegue ter intimidade com o Pai. (Lc 22:39-41)






13. TER O AMOR COMO BASE: Não adianta desempenharmos nossas funções na obra do Senhor se o amor não for o centro das nossas ações. O amor deve ser o motivo principal pelo qual você serve a Deus, pois Deus é amor e quem não ama não conhece a Deus. (I Co 13 ; I Jo 4:7-8)



 OS SERVOS DE DEUS SÃO ATALAIAS


No v.7 lemos: "eu estou pondo você como vigia de toda a nação de Israel". A eleição de Ezequiel se deu por determinação de Deus.




Como sentinela de plantão, Ezequiel tem de avisar do perigo que é morrer sem arrependimento compete a ele falar ao ímpio do seu caminho mal.





E lemos aqui: caso o ímpio desse importância ao aviso e se arrependesse dos seus pecados, tudo estaria bem com o ele e com o ímpio arrependido. Se, entretanto, o ele não advertisse o ímpio, o ímpio morreria, mas todas as conseqüências reservadas ao ímpio seriam creditadas na conta do atalaia criminoso.








Os atalaias, tinham uma responsabilidade de avisar, de soar a trombeta em alto som quando o inimigo se aproximasse e se o atalaia tocasse a trombeta e o povo não se desse por avisado, o seu sangue seria sobre eles, e se o atalaia visse o inimigo se aproximando e não tocasse a trombeta e o povo não se desse por avisado e ali se tivesse morte , o sangue seria cobrado da mão do atalaia.





E como podemos ver em Ez 33:7, Deus nos fala que somos constituídos por atalaia, e bem sabemos que temos a responsabilidade de soar a grande trombeta que há dentro de nós, como um som de trombeta que soa bem alto assim somos nós, devemos fazer o que Deus nos ordena porque Ele é a nossa trombeta e já foi dado o toque de guerra, uma guerra santa que bem sabemos que os vencedores somos nós, mas temos que fazer a nossa parte.


Que Deus nos ajude a cumprir esta tão difícil, mas importante missão com a graça do Senhor e em nome de Jesus, amém!

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A história dos mártires da Igreja






Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias - RJ
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Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus a Paz do Senhor!

Esta é mais uma matéria sobre a história dos mártires da Igreja. Vamos acompanhar!

As primeiras perseguições aos cristãos partiram de autoridades judias na palestina. O primeiro mártir registrado nas Escrituras foi o diácono Estevão (At 6 — 7), apedrejado por uma multidão, possivelmente em 36 d.C. O próximo foi Tiago — filho de Zebedeu e um dos doze apóstolos — morto por Herodes Agripa I em 44 (At 12).

De acordo com Josefo e Eusébio, Tiago, o irmão de Jesus e líder da igreja de Jerusalém foi apedrejado como resultado da instigação do sumo sacerdote em 62, logo depois da morte do governador Festo.

A expulsão dos judeus de Roma ordenada por Cláudio e registrada por Suetônio pode ter sido resultado de um tumulto causado por cristãos judeus que estavam pregando sobre Cristo nas sinagogas.

Nero queria fazer dos cristãos os bodes expiatórios do incêndio na capital em 64 d.C. Suetônio declarou laconicamente: “O castigo foi infligido sobre os cristãos, uma classe de homens dados a superstições maldosas”. A descrição vívida feita por Tácito da brutalidade de Nero vem há séculos mexendo com a imaginação:

Conseqüentemente, para livrar-se da delação, Nero colocou a culpa e infligiu as mais terríveis torturas sobre uma classe odiada por suas abominações, chamada pelo populacho de cristãos. Christus, do qual o nome é originado, sofreu a pena capital durante o reinado de Pôncio Pilatos... Além de sua morte, houve zombarias de todo o tipo.

Cobertos por peles de animais, eles foram rasgados por cães e pereceram, ou pregados a cruzes, ou condenados pelo fogo e queimados, para servir de iluminação noturna quando a luz do dia havia expirado. Nero ofereceu seus jardins para o espetáculo.

Uma fonte cristã mais recente (Sulpício Severo) relata: “Naquele tempo, Paulo e Pedro foram condenados a morte, sendo o primeiro decapitado com a espada enquanto Pedro sofreu a crucificação”.

Algumas tradições populares, porém, não tem fundamento histórico. Uma delas é de que Pedro estava fugindo de Roma para evitar a perseguição de Nero e encontrou Jesus na Via Ápia. Ele disse: “Aonde vais, Senhor?” (Quo vadis domine?) Jesus respondeu: “Vou a Roma para ser crucificado novamente”. Foi então que o apóstolo voltou à capital para encontrar-se com seu destino.

Outra lenda afirma que Pedro pediu para ser crucificado de cabeça para baixo.

 Vejamos os martírios mais marcantes da história:

OS APÓSTOLOS E DISCIPULOS PRIMITIVOS

1) ESTEVÃO

Foi o primeiro mártir da igreja cristã, e de acordo com a Bíblia ele foi apedrejado (At 7.54-60). Ele morreu orando e suas últimas palavras foram "Senhor Jesus, recebe o meu espírito". João Calvino, reformador do século XVI, comenta essa oração de Estevão dizendo: "A nós convém, juntamente com Davi (Sl 31.1), entregar as nossas almas nas mãos de Deus diariamente, enquanto estivermos nesse mundo, visto que somos cercados por um milhar de mortes, a fim de que Deus possa livra-nos de todos os perigos; porém, quando tivermos realmente de morrer, e formos chamados para o outro lado da existência, então teremos que voar apoiados nessa oração - Que Cristo receba o nosso espírito.

Pois ele entregou o seu próprio nas mãos do Pai, com esse propósito, o de guardar-nos para sempre. Isso serve de consolo inestimável. Essa esperança deve encorajar-nos a sofrer a morte com paciência".

2) TIAGO O MAIOR, IRMÃO DE JOÃO

Tiago, irmão de João, foi o primeiro dos apóstolos a ser morto por causa da Palavra de Deus. Ato 12.2 nos informa que ele foi decapitado, a mando do rei Herodes Agripa I. Clemente de Alexandria, um dos pais apostólicos, conta-nos detalhes de sua morte.

Diz ele que ao ser conduzido ao local de seu martírio, seu acusador foi levado ao arrependimento e, caindo aos pés de Tiago, pediu-lhe perdão. Logo após, confessou-se cristão e foi morto juntamente com aquele que antes o havia acusado. Juntos foram decapitados.

3) TIAGO IRMÃO DO SENHOR E BISPO DE JERUSALÉM

Tiago, irmão do Senhor e autor da carta que leva o seu nome, com 99 anos foi espancado e apedrejado pelos judeus até a morte. Isso se deu no ano de 63 d.C. Os judeus lhe ordenaram que de uma das galerias do templo clamasse que Jesus de Nazaré não era o Messias.

Mas em vez de falar assim, ele anunciou à multidão que Cristo era o Filho de Deus, e juiz do mundo. Então os seus inimigos enraivecidos o lançaram ao chão, e o moeram com pancadas. Não estando ainda completamente morto, acabaram de matá-lo com pedradas, enquanto ele orava pelos seus inimigos.

3) SIMÃO PEDRO

Pedro foi condenado em Roma a ser crucificado. Hegésipo, um escritor primitivo, conta que o povo, ao perceber que Nero procurava razões contra Pedro para matá-lo, rogou insistentemente ao apóstolo que fugisse da cidade. Persuadido pela insistência deles, ele dispôs-se a fugir.

Ao chegar, porém, à porta, viu o Senhor Jesus Cristo que vinha ao seu encontro. Adorando-o, Pedro indagou: "Senhor, aonde vais? Ao que ele respondeu: "Vou ser crucificado de novo". Pedro, ao dar-se conta de que era de seu sofrimento que o Senhor falava, voltou a cidade.

Jerônimo afirma que ele foi crucificado de cabeça para baixo, por petição própria, por julgar-se indigno de ser crucificado da mesma maneira que o seu Senhor.

5) PAULO DE TARSO

O apóstolo Paulo também foi martirizado em Roma.

Abidias, um historiador primitivo, conta-nos que quando foi dada a ordem de execução de Paulo, o imperador enviou dois soldados para dar-lhe a notícia que ele seria morto. Diz esse historiador que o nome desses soldados eram Ferege e Partemio.

Ao chegarem a Paulo pediram oração para que também cressem. Paulo garantiu-lhes que em breve creriam e seriam batizados diante de seu túmulo.

De acordo com a maioria dos historiadores cristãos, Paulo foi retirado de um calabouço em Roma para a execução. 2 Tm 4.13, nos mostra que o apóstolo Paulo estava em um lugar úmido e sentia muito frio, por isso Pediu que lhe enviassem sua capa de inverno.

6) ANDRÉ, IRMÃO DE SIMÃO PEDRO

André, irmão de Simão Pedro, pregou o evangelho a muitas nações da Ásia.

Em Édesa foi crucificado de forma transversal. As extremidades de sua cruz foram fixadas transversalmente no solo. Daí o nome de cruz de santo André.

7) BARTOLOMEU

Era natural de Caná da Galiléia, homem de bom caráter, recebendo por isso o elogio de Jesus Cristo.

foi um pregador que viajou para vários países e por último, foi cruelmente açoitado e crucificado pelos idólatras da Armênia.

8) APÓSTOLO JOÃO

Por ordem do imperador Tirano, foi lançado numa caldeira de azeite fervendo e por um milagre saiu ileso. Depois disso foi desterrado para a ilha de Patmos a fim de trabalhar nas minas de carvão.

Em Patmos lhe foi revelado as profecias dos últimos dias: o Apocalipse. Depois da morte do imperador, João foi solto e voltou para Éfeso de onde escreveu o evangelho que leva o seu nome e as três cartas que também levam o seu nome. Morreu de forma natural em avançada idade.

9) TIMÓTEO

Segundo a tradição eclesiástica Timóteo foi o primeiro bispo de Éfeso e diz que ele morreu ali martirizado quando João estava exilado na ilha de Patmos. Ele foi morto a pauladas por uma turba de idolatras que se encaminhavam para o templo para oferecerem sacrifícios aos deuses.

Você sabe qual era o crime ou o erro dos cristãos primitivos?

Uma carta do governador Plínio ao imperador Trajano, nos primórdios do Cristianismo, mostrando o crime dos cristãos, responde a essa pergunta:

"Todo o crime ou erro dos cristãos se resume nisto: têm por costume reunirem-se num certo dia, antes do romper da aurora, e cantarem juntos, um hino a Cristo, como se fosse um Deus, e se ligarem por um juramento de não cometerem qualquer iniqüidade, de não serem culpados de roubo ou adultério, de nunca desmentirem a sua palavra, nem negarem qualquer penhor que lhes fosse confiado, quando fossem chamados a restituí-los.

Depois disso feito, costumavam-se separar-se e em seguida reunirem-se de novo, sem a menor deserdem. Depois dessas informações julguei muito necessário examinar, mesmo por meio de tortura, duas diaconisas, mas nada descobri a não ser uma superstição má e excessiva."

10) INÁCIO DE ANTIOQUIA

A tradição diz que ele conheceu Pedro e foi ordenado bispo de Antioquia pelo apóstolo João. Foi condenado pelo imperador Trajano a ser lançado as feras em Roma. Enquanto atravessava a Síria a caminho de Roma, ele escreveu várias cartas. Em uma delas ele diz: "Desde a Síria até Roma estou lutando com feras por terra e por mar, de noite e de dia sendo levado preso por dez soldados cuja ferocidade iguala a dos leopardos, e os quais, mesmo quando tratados com brandura, só mostram crueldade.

Mas no meio destas iniqüidades, estou aprendendo... Coisa alguma, quer seja visível ou invisível, desperta a minha ambição, a não ser a esperança de ganhar a Cristo.

Se o ganhar, pouco me importará que todas as torturas do demônio me acometam, quer seja por meio do fogo ou da cruz, ou pelo assalto das feras ou que os meus ossos sejam separados uns dos outros e meus membros dilacerados, ou todo o meu corpo esmagado.".

Quando chegou em Roma o lançaram na arena com os leões, e ele disse: "Sou, como o trigo debulhado de Cristo, que precisa de ser moído pelos dentes das feras antes de se tornar em pão.".

Depois disso foi comido pelos leões e recebido na glória pelo leão da tribo de Judá.

11) POLICARPO, BISPO DE ESMIRNA

Policarpo foi o discípulo pessoal do apostolo João, era homem muito consagrado e foi o principal pastor da Igreja de Esmirna.

Nasceu em 69 d.C. e morreu em 159 d.C. Escreveu Duas cartas à igreja de Filipos conservadas até o dia de hoje.

Diz a história que ele ao entrar na arena para ser morto ouviu uma voz do céu que dizia: "Sê forte Policarpo! Se homem".

Ele foi condenado à fogueira e quando o fogo acendeu não teve poder de queimá-lo, por fim o mataram a golpes de espada.

Depois de preso por pregar o evangelho, foi inquirido a amaldiçoar à Cristo no que ele respondeu: "Por 86 anos tenho sido servo de Cristo, e ele nunca me fez mal algum. Como posso blasfemar de meu Rei, que me salvou?".

12) FELICIDADE E SEUS FILHOS

Marco Aurélio assumiu o trono em 161 d.C. e no ano 180 começou de novo as perseguições. Um dos martírios que mais impacto causou em Roma foi a de Felicidade e seus sete filhos.

Ela foi acusada de ser cristã e o prefeito da cidade a ameaçou de morte, mas ela disse: "Viva, eu te vencerei; se me matares, em minha própria morte te vencerei ainda mais.".

Todos os seus filhos morreram na sua frente. O mais velho foi espancado até a morte. Dois foram golpeados por clavas.

O quarto foi jogado do despenhadeiro. Três foram degolados. Por fim depois de muita tortura, ela foi decapitada.

13) PERPÉTUA, A JOVEM

No reinado de Severo foi martirizada Perpétua, uma senhora casada, de 22 anos, de boa família e mãe de uma criança, era nova convertida, saída do paganismo. Nem com as suplicas de seu pai, ela negou a cristo.

Nesse dia conduziram-na para fora com o irmão, e outra mulher chamada felicidade e as duas foram atadas em redes, e lançadas a uma vaca brava.

Os ferimentos de Perpétua não foram mortais, e a população farta, mas não saciada pela vista do sangue, disse ao algoz (carrasco, indivíduo cruel) que aplicasse o golpe da morte.

Como que despertando de um sonho agradável, Perpétua chegou a túnica mais a si, levantou o cabelo que lhe caíra pelas costas abaixo, e depois de ter dirigido com voz fraca algumas palavras de animação a seu irmão, guiou ela mesma a espada do gladiador para o coração, e assim expirou."

14) BISPO BASÍLIO

O bispo Basílio foi um dos que pereceram nas mãos de Julião. Foi encarcerado e ameaçado de morte.

Julião o interrogou pessoalmente. Basílio nesse interrogatório predisse a morte do imperador e disse-lhe ainda do tormento que lhe sobreviria na outra vida. Encolerizado Julião ordenou que o corpo desse seguidor de Cristo fosse descarnado a cada dia, em sete diferentes partes, até que sua pele e carne ficassem totalmente destroçadas.

15) ARTÊMIO, COMANDANTE ROMANO

Artêmio, comandante das forças romanas no Egito, foi privado de seu mandato por ser cristão; logo teve seus bens confiscados e foi decapitado.

Na palestina muitos foram queimados vivos; outros arrastados pelos pés através das ruas, despidos, até expirar.

Alguns foram feridos até morrer; apedrejados e outros sofreram espancamento na cabeça, até perder os miolos. Em Alexandria, foram muitos os cristãos que morreram pela espada, pelo fogo, pela crucificação e pela decapitação.

16) HERMENEGILDO

Em 586, o rei Leovigildo mandou matar o próprio filho, o príncipe Hermenegildo, por renunciar a fé ariana e converter-se ao genuíno evangelho. Ele foi decapitado por ordem do próprio pai por não receber a eucaristia das mãos de um bispo ariano em 13 de abril de 586 d.C.

17) JUAN

Foi bispo de Bérgamo, em Lombardia. Era erudito e bom cristão. Empenhou todos os esforços possíveis para retirar da igreja os erros do arianismo. Teve grande êxito contra os hereges e por isso foi assassinado no dia 11 de julho de 683 d.C.

18) KILLIAN

Nasceu na Irlanda e recebeu de seus pais uma educação piedosa e cristã. Obteve a licença da igreja de Roma para pregar aos pagãos da Alemanha. Em Wurtburg converteu o governador Gozberto, cujo exemplo foi seguido pela maior parte do povo durante os anos seguintes.

Quando, porém Killian persuadiu o governador Gozberto de que seu matrimônio com a viúva de seu irmão era pecaminoso, este ficou irritado e mandou matá-lo. Era o ano de 689 d.C. Em 854, quarenta e duas pessoas, na alta Frigia, foram martirizadas pelos sarracenos.

19) JOHN HUSS

De origem camponesa e humilde, Huss nasceu na Boêmia em 1373 e só aos 13 anos entrou para a escola elementar.

Cinco anos mais tarde entrou para a universidade de Praga e em 1398 alcançou o grau de Bacharel em Divindade, sendo consagrado pastor da igreja de Belém, em Praga. A partir desse púlpito católico, Huss começou a pregar a genuína palavra de Deus, o que lhe gerou muitas perseguições.

Foi convocado pelo papa a comparecer em Roma. Recusou-se e foi excomungado.

A semelhança de Wycliffe, Huss atacou várias doutrinas erradas da igreja romana como; a venda de indulgências, a veneração de imagens, o vício do papa, dos cardeais, e do clero.

Suas idéias provocaram a ira do papa que o convocou a comparecer ao Concílio de Constância com um salvo-conduto do imperador.

O salvo-conduto, porém, não foi cumprido e suas idéias foram condenadas. Foi-lhe dada à oportunidade de se retratar, não negando, porém a sua fé.

Foi queimado na fogueira com uma coroa de papel decorada com diabinhos com a seguinte frase: "Coroa de Hereges".

Finalmente aplicaram o fogo à lenha, e então o nosso mártir cantou um hino com voz tão forte e alegre que foi ouvido através do crepitar da lenha e do estrondo da multidão. Finalmente a sua voz foi calada pela força das chamas, que logo puseram fim à sua existência na terra.

20) JERÔNIMO SAVONAROLA

Nasceu em Florença, Itália e pregava como um dos antigos profetas da Bíblia para vastas multidões que enchiam sua catedral.

Seus sermões eram contra a sensualidade e o pecado da cidade e também contra os vícios do papa. A cidade se arrependeu e se reformou, mas o papa Alexandre VI procurou, de todos os modos, silenciar o virtuoso pregador.

Foi enforcado e queimado na grande praça de Florença. Isso aconteceu dezenove anos antes das 95 teses de Lutero ser colocadas na catedral de Wittenberg. Esse homem de Deus nos deixou o exemplo de como ser fervoroso mesmo em meio uma sociedade totalmente corrompida. Todos esses homens anteciparam o espírito e a obra dos reformadores.

21) JERÔNIMO DE PRAGA

Foi conterrâneo de Huss e nasceu na cidade de Praga.

Teve acesso às obras de Wycliffe e ao ver o progresso que a obra de Huss teve na Boêmia, foi ajudá-lo. Chegou na Boêmia, três meses antes de Huss ser morto.

Foi preso pelo duque Sultsbach, que o levou com correntes pelo pescoço sendo lançado em uma masmorra imunda onde ficou por 340 dias, sem luz e quase morto de fome.

As acusações que pesavam contra ele eram:

1º Ridicularizar a autoridade papal;

2º fazer oposição ao papa;

3º Ser inimigo dos cardeais;

4º Ser perseguidor dos prelados;

5º Foi acusado de aborrecedor da religião cristã.

Como Huss, sua condenação foi ser queimado em praça pública.

Prepararam-lhe umas coroas de papel, pintada com demônios na cor vermelha, o que vendo disse: "O Nosso Senhor, quando sofreu a morte por mim, que sou o mais miserável dos pecadores, levou sobre a sua cabeça uma coroa de espinhos; por amor a ele, levarei esta coroa também.

" Quando atearam fogo, cantou um hino e suas últimas palavras foram: "A ti, Cristo, ofereço esta alma em chamas".

22) JOHN BROWN

Em 1517 foi acusado de heresia.

Sua condenação foi ser queimado vivo. Antes de queimá-lo, os arcebispos de Rohester, fizeram com que seus pés fossem queimados até que toda a carne se desprendesse, e os ossos ficassem expostos.

Fizeram isso para forçá-lo a retratar-se; porém ele persistiu em sua fé e devido a isso, foi preso à estaca e queimado.

23) THOMAS MANN

Era um cristão bem quisto pela comunidade. Foi acusado de fazer declarações contrárias ao culto das imagens e as peregrinações católicas sendo queimado em Londres em 1519.

24) THOMAS HARDING

Foi acusado junto com sua esposa de praticar heresia, somente por não aceitar a doutrina da transubstanciação.

Foi condenação a ser queimado. Ao ser levado ao local do suplicio, um dos espectadores rompeu o seu crânio com um porrete.

Os sacerdotes premiaram a todos os que traziam madeira para a fogueira, com uma indulgência para pecar por 40 dias.

25) JONH HOOPER

Foi um dos reformadores ingleses e era bispo de Gloucester.

Era fervoroso em seu ensino, eloqüente em sua palavra, perfeito na citação dos textos Bíblicos, infatigável na sua tarefa, exemplar em sua vida pessoal. No dia 29 de janeiro de 1555, foi condenado por ensinar heresia.

Sendo condenado à fogueira suas últimas palavras foram: "Senhor Jesus, tenha misericórdia de mim. Senhor Jesus recebe o meu espírito".

26) WILLIAM TYNDALE

Foi conterrâneo e amigo de Lutero.

Muitos o colocam como pré-reformador, mas é inegável que ele teve uma grande participação de maneira direta na reforma protestante.

Tyndale foi um fiel ministro do Senhor que nasceu em um local próximo à fronteira do país de Gales.

Foi criado desde sua infância na universidade de Oxford, onde, por sua longa permanência, cresceu tanto no conhecimento dos idiomas e das outras artes liberais, como na prática das Escrituras, às quais a sua mente estava muito apegada.

Aos 30 anos fez uma promessa que haveria de traduzir a Bíblia diretamente dos originais para o inglês, com o objetivo de que, todo povo desde o camponês até a corte real pudessem ler e compreender as Escrituras em sua própria língua. Em 1525, a tradução do Novo Testamento estava completa.

Em pouco tempo mais de seis mil cópias estavam nas mãos do povo.

Isso gerou uma grande perseguição da igreja Romana sobre a sua vida, até que em maio de 1535 foi preso.

Um ano depois saiu a sua condenação. No dia seis de outubro de 1536, foi levado ao lugar da execução. Foi amarrado à estaca, estrangulado pelo carrasco e, em seguida consumido pelo fogo. Na estaca, orou com fervor dizendo: "Senhor, abra os olhos do rei da Inglaterra".

27) ALGUNS MÁRTIRES DO SÉCULO XIX

Entre os anos de 1814 a 1820, os protestantes do sul da França, sofreram terríveis perseguições por parte dos Católicos Romanos. Só o fato da pessoa se confessar protestante, era motivo para perder a vida. Vejamos alguns casos:

a) Um jovem chamado Pierre foi questionado pelos católicos a respeito de sua fé. Perguntaram-lhe: "Você é católico ou protestante?".

Ele prontamente respondeu: "Sou protestante". Essa declaração lhe custou a vida, pois um dos inquiridores lhe deu um tiro a queima roupa.

b) Blacher, um senhor de 70 anos, também foi argumentado com respeito a sua fé. Ao declarar-se protestante, teve todo o seu corpo despedaçado por uma foice.

c) Um Senhor de idade chamado Ddet foi parado na rua e lhe perguntaram: "Você é protestante?". Ao que ele respondeu: "Sou". Imediatamente descarregaram nele um mosquete, porém ele não morreu.

Mas, para consumar a sua obra, os monstros acenderam uma fogueira com palha e tabuas. Lançaram o Ancião nela, ainda vivo, causando-lhe sofrimentos terríveis até a morte.

28) MÁRTIRES DO SÉCULO XX

a) DIETRICH BONHOEFFER (1906 -1943)

Teólogo Alemão que se opôs fortemente ao governo de Adolf Hitler, Bonhoeffer pregou duramente contra o anti-semitismo, condenou a cooperação da igreja com o terceiro Rich (sistema comandado por Hitler), e tornou-se parte da resistência ao regime nazista juntamente com outros lideres de sua época.

Em 1936, o governo Alemão cassou o título de livre-docente de Bonhoeffer em Berlim. Um ano depois, fechou o seminário em Finkenwalde, no qual era professor.

Foi proibido de ensinar e de publicar livros. No dia cinco de abril de 1943 foi preso e lavado ao campo de concentração de Buchenwald.

Em 8 de abril do mesmo ano, num domingo, como de costume, Bonhoeffer pregou um sermão que tocou profundamente no coração dos colegas de prisão, ao falar sobre a vontade de Deus para a vida de cada ser humano.

Depois de orar, a porta da cela se abriu.

Dois guardas do Terceiro Reich disseram: "Prisioneiro Bonhoeffer, prepare-se para vir conosco".

Os presos sabiam que estas palavras eram sinônimas de morte.

Deduzindo o que lhe aconteceria, se dirigiu aos demais, dizendo: "Para mim, isto é o fim, mas também o início", numa referência direta ao fato de que, para o cristão a morte é uma passagem para o céu.

No dia seguinte, foi enforcado, aos 30 anos de idade.

Três semanas depois, Adolf Hitler suicidou-se e, menos de um mês após o assassinato de Bonhoeffer, as vítimas do nazismo que sobreviveu, foram libertadas com o fim do domínio insano do regime Hitlerista.

b) IVAM MOISEYEV

Ivan foi um soldado cristão do exercito vermelho, da antiga União Soviética.

Era um jovem diferente, cristão genuíno, que não se deixava amedrontar pelas ameaças dos oficiais e nem pelo escárnio dos colegas de farda.

A fé e o relacionamento intimo com Cristo eram mais importantes do que sua própria segurança pessoal ou aprovação dos companheiros. Seu caráter foi provado até o sangue, no exercito vermelho.

Muitas vezes proibido de pregar aos colegas, Ivan tinha um princípio Bíblico em sua vida: "Mais vale obedecer a Deus do que aos homens".

Apesar de ser um soldado exemplar, não se calava com relação a sua experiência de salvação.

Muitas vezes foi inquirido a negar sua fé, mas nada o fazia calar. Foi preso e lançado em uma cela cheia de poças de água.

Depois de muitas tentativas de fazê-lo desistir de sua fé, a única maneira que conseguiram fechar a sua boca, foi matá-lo dentro da prisão.

Sua família, quando viu o corpo, não o reconheceu de tão deformado que estava seu rosto, com marcas de botas no rosto, boca quebrada, a testa e as têmporas cheias de hematomas.

Um dia antes de morrer, em 15 de julho de 1972, escreveu uma carta a seu irmão dizendo: "Querido irmão, recebi sua carta e demorei responder, porque houve uma grande tormenta.

Quando Sergei (amigo de farda de Ivan e também cristão) chegou, ele também sofreu, e seus livros e até postais foram confiscados.

Não conte tudo a papai e mamãe. Diga apenas: Ivan escreveu, e disse que Jesus vai partir para a peleja.

Esta luta é de Cristo, e Ivan não sabe se voltará dela com vida. Desejo que todos os amigos, jovens e velhos, se lembrem deste verso de Apocalipse 2.10: ‘Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida‘. “Receba esta última carta, na terra, do menor dos irmãos, Ivan Moiseyev”.

c) STANLEY ALBERT DALE (1910 - 1968)

Missionário aos índios canibais YALIS, no vale do Seng, em Nova Guiné Holandesa, Stanley foi martirizado pelos índios juntamente com seu amigo Philip com mais de 60 flechadas cada um, e depois tiveram os corpos esquartejados.

Próximo ao local onde Stanley e Philip foram feridos e mortos, há uma pequena placa de aço inoxidável na qual estão gravadas as seguintes palavras:

Stanley Albert Dale

Amado esposo de Patrícia

Morto por causa de sua fé, no vale de Seng

25 de setembro de 1968

Apocalipse 2.10

Muitos outros irmãos foram mortos nesse século por causa do seu testemunho cristão Os mencionados acima, são apenas alguns dos milhares e milhares que foram fies ao Senhor até a morte e conquistaram a coros da vida.

c) PASTOR QUE FOI MORTO COM A FAMÍLIA

O pastor David Yonggi Cho conta em um de seus livros a história de um pastor que foi preso pelos soldados comunistas na cidade de Inchon, na época da invasão comunista na Coréia do Sul.

Os soldados o prenderam e ameaçaram matá-lo caso não negasse a Jesus.

Com bravura, o pastor reafirmou sua fidelidade a Jesus a despeito das ameaças. Os soldados, irados, ameaçaram sepultá-lo vivo com a sua família, caso ele não renegasse a sua fé. O pastor e sua família preferiram o martírio em vez da apostasia.

Foi aberta, então, uma grande cova e jogaram lá dentro o pastor e sua família.

Começaram a jogar terra e a soterrar a família piedosa. Quando a terra já estava sufocando a todos, um filho gritou desesperado: "Papai, pense em nós. Pense em nós papai".

O pai aflito começou a chorar, mas sua esposa, cheia de fervor, gritou para os filhos: "Coragem, meus filhos, vocês não sabem que hoje à noite nós vamos jantar com Jesus, o Rei dos Reis e Senhor dos senhores?"

Depois de encorajá-los a ser fiéis até a morte, começou a cantar um hino sobre o céu que dizia:

"Eu avisto uma terra feliz, uma terra de glória e fulgor Avistamos o lindo país, pela fé na Palavra de Deus.

Sim no doce porvir, viveremos no lindo país.

Sim no doce porvir, viveremos no lindo país “

Cantaram com entusiasmo até que suas vozes foram silenciadas debaixo dos escombros. A obediência daquela família levou-os ao caminho estreito do martírio, mas no fim dessa estrada estava a glória excelsa de Deus.

A multidão que assistiu a esse doloroso martírio ficou profundamente comovida e dezenas de pessoas se converteram e foram salvas por esse testemunho.

d. A crueldade praticada na Coréia do Norte

A igreja evangélica coreana cresceu num solo regado pelo sangue dos mártires.

Milhares de crentes foram castigados até a morte, com requintes de crueldade, na época da ocupação japonesa.

Centenas de pastores foram decapitados às margens do rio Ran. Mais tarde, na terrível guerra contra a Coréia do Norte, outras centenas de crentes morreram por sua fidelidade a Cristo.

Nesse museu, vimos numa enorme sala quadros singelamente emoldurados com as fotografias de centenas de mártires. Em cada quadro havia um breve histórico com o relato da vida, das obras, do ministério e, sobretudo da maneira cruel com que cada pessoa foi torturada e morta pela sua fé.

Ale naquela sala chorei ao ver que muitos daqueles mártires morreram sem ver o grande avivamento que Deus enviou sobre a Coréia do Sul.

Deus honra o sangue dos mártires.

O sangue dos mártires como dizia Tertuliano, é o adubo para a sementeira do Evangelho.

Depois de observar atentamente todos aqueles quadros, já na saída da sala, aproximei-me do último quadro.

A moldura era a mesma, mas não havia fotografia. Quando fiquei de frente para ele, havia no lugar da fotografia, um espelho.

Vi meu próprio rosto e, embaixo, uma frase lapidar: "Você pode ser o próximo mártir".

Lagrimas rolaram em meu rosto. “Reconheci que precisava ser revestido com o poder do Espírito para ser um mártir de Jesus”.

Que estes belos exemplos nos sirva como modelo para sermos fiéis a Deus até a morte quando mediante o aparecimento do filho de homem receberemos a coroa da Vida, em nome de Jesus, amém!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Conheça a missão integral da Igreja

Publicado em: 23/1/2012
Por: Jânio Santos de Oliveira
Presbítero e professor de teologia da Igreja Assembléia de Deus Taquara - Duque de Caxias - RJ
mensagemdemissoesdopresbjaniosantos.blogspot.com



Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus, a Paz do Senhor!

Que é missão integral? O que envolve a missão da Igreja a ponto de investigarmos o que é mito e o que é realidade?

Na procura de respostas para estas e outras perguntas semelhantes é que este estudo veio a lume. Não é um trabalho original e nem exaustivo.

Não é original porque missão integral já faz parte da discussão teológica da Igreja há algum tempo. Não é exaustivo porque o número de teólogos, missiólogos e pensadores que têm escrito e palestrado sobre a missão da Igreja, e em seus vários aspectos, é enorme.

I. O QUE É COMISSÃO CULTURAL?

- “Comissão” é o “ato ou efeito de cometer, de encarregar, de incumbir”. “Comissão”, portanto, é uma incumbência, uma carga, uma responsabilidade que se dá a alguém, uma tarefa que se determina a alguém.

- Quando falamos, pois, em “comissão”, desde logo percebemos que estamos a falar de uma relação em que alguém, por ter condição superior, ordena a outrem que faça algo, que assuma alguma responsabilidade, que venha a executar alguma tarefa. Tem-se, pois, nitidamente, uma relação “de cima para baixo”.

- Quando se fala em “comissão”, pois, tem-se que estamos a falar de um relacionamento entre Deus e os homens, um relação vertical (isto é, “de cima para baixo”), visto que Deus é o Senhor, ou seja, o dono de todas as coisas que existem, eis que é delas o Criador (Sl 24:1).

- Quando Deus criou os céus e a terra, diz-nos a Bíblia Sagrada, também criou o homem, ser criado de forma singular, diferente das demais. Enquanto os demais seres terrenos foram criados pelo poder da Palavra, em relação ao homem, o Senhor fez de modo diverso, tendo, Ele próprio, formado o homem do pó da terra e soprado em suas narinas dando-lhe o fôlego de vida (Gn 2:7).

- Esta diferença na criação do homem justifica-se pelo fato de que Deus, também, em relação ao homem, tinha uma tarefa diversa, distinta da dos demais seres criados sobre a face da Terra. Ao vermos a decisão divina para criar o homem, entendemos esta distinção.

- Ao resolver criar o homem, Deus determinou que o homem fosse o “dominador” de toda a criação terrena, que, por ter a imagem e semelhança de Deus, estivesse sobre toda a criação terrena, como um “mordomo” do Senhor de todas as coisas sobre a face da Terra (Gn 1:26-28).

- Deus, então, deu ao homem a tarefa de dominar sobre a criação terrena, de ser “mordomo” do Senhor sobre a Terra, tanto que, ao formar o jardim no Éden onde pôs o homem, deu-lhe a tarefa de cuidar daquele jardim, de lavrá-lo e guardá-lo (Gn 2:15).

É esta tarefa de cuidar da criação terrena, de dominar sobre os demais seres da Terra, de ser o “mordomo” de Deus sobre a face do planeta que se denomina de “comissão cultural”.

- “Comissão” bem sabemos por que, já que se trata de uma tarefa, de uma incumbência, de uma responsabilidade que Deus deu ao homem, mas por que “cultural”?

- Cultura, como ensinam os antropólogos (a Antropologia é a ciência que estuda o homem na sua totalidade, ou seja, o homem e a suas obras, tendo como conceito fundamental o de “cultura

Assim, a cultura é um conjunto de idéias, abstrações e comportamento que os homens têm numa determinada sociedade.

- Ao determinar que o homem cuidasse da criação terrena, tanto lavrando como guardando o que havia criado no jardim do Éden, o Senhor deu ao homem condições para que, dentro da inteligência com que havia dotado, tomasse iniciativas que o permitisse executar a tarefa deixada por Deus a ele.

Não foi por outro motivo que o Senhor mandou que Adão desse nome aos animais (Gn 2:19,20), precisamente para que, através deste gesto, o homem tivesse consciência de duas verdades, a saber: a de que era superior aos demais seres terrenos (o ato de “dar o nome” reflete esta superioridade, esta autoridade) e a de que havia sido criado com inteligência, tendo, pois, criatividade, ou seja, a capacidade de criar coisas a fim de executar a tarefa que lhe havia sido dada, cometida pelo Senhor.

- Esta “criação humana”, ou seja, esta série de comportamentos, condutas e modos de viver surgidos a partir da inteligência humana, criações estas que têm por finalidade precisamente o cumprimento da tarefa deixada pelo Senhor ao homem de dominar sobre a criação terrena é o que compõe a “cultura”.

- Por isso, a tarefa deixada por Deus ao homem para lavrar e guardar o jardim do Éden é uma “comissão cultural”, pois se trata de uma tarefa, de uma incumbência que o homem deveria cumprir a partir do exercício da sua inteligência, daquela diferencial que Deus deu ao homem precisamente para cumprir aquilo que Deus lhe determinava fazer.

É, portanto, uma “comissão cultural”, uma tarefa que deveria ser cumprida a partir da “cultura”, ou seja, de todas as condutas, comportamentos e atitudes que o homem empreenderia para executar a tarefa que lhe havia sido cometida por Deus de “lavrar e guardar” a Terra.

II. A MISSÃO INTEGRAL DA IGREJA

1.2. A realidade da missão integral da Igreja

Em contrapartida ao mito da teologia de missão integral da Igreja, destaquemos dois fatores que, em nossa opinião, expressam bem a realidade dessa missão. a. A missão da Igreja é holística e diaconal Por mais óbvia que pareça esta afirmação, sabemos que a ortopraxia da missão integral não é tão óbvia como deveria ser. Não é fácil inculcar na cabeça do nosso povo que o envolvimento da Igreja deve ser total. Não só no que se refere ao indivíduo, mas também à criação de Deus em geral. Onde está, por exemplo, a consciência ecológica da Igreja?

Além disso, a Igreja como sal da terra e luz do mundo deve fazer a diferença nos vários setores da sociedade, principalmente no socorro aos menos favorecidos. A injustiça social, verdadeira afronta contra a imagem e semelhança de Deus, tem solapado nosso país e a Igreja muitas vezes tem se afastado como se nada tivesse com isso. É verdade que a Igreja não é uma instituição político-partidária que deva defender qualquer bandeira política. É mais que isso. Ela é uma instituição divina suprapartidária.

Quando se coloca o pobre e o rico lado a lado, em se tratando de benefícios a serem recebidos, o primeiro sempre sai perdendo. É preciso sim que os pobres desse mundo recebam um tratamento preferencial porque foi assim que Deus os tratou na Bíblia, como veremos mais adiante.

Esta dimensão envolve o impacto que o ministério reconciliador da igreja exerce sobre o mundo, o seu grau de participação na vida, conflitos, temores e esperanças da sociedade e a medida em que seu serviço ajuda a aliviar a dor humana e a transformar as condições sociais que têm condenado milhões de homens, mulheres e crianças à pobreza. Sem esta dimensão a igreja perde sua autenticidade e credibilidade, pois somente na medida em que conseguir dar visibilidade e concreticidade à sua vocação de amor e serviço ela pode esperar ser ouvida e respeitada.

b. A missão da Igreja é bíblica

Quando dizemos que a missão integral da Igreja é bíblica, significa que ela (a missão integral da Igreja) não é uma filosofia cega ou um modismo passageiro. A missão da Igreja não é filosofia e muito menos modismo. É uma verdade bíblica que precisa ser resgatada e praticada em sua totalidade. A Bíblia não existe para o deleite de nossa mente carnal.

A integralidade da Igreja é bíblica e se baseia na missão integral de Deus. A missão integral da Igreja é ampla, assim como é ampla a missão integral de Deus, visto que a dimensão dessa missão é vertical e horizontal. O compromisso da Igreja com Deus (vertical) resulta nela um compromisso com a criação em geral e com o ser humano em particular (horizontal).

III. A BASE BÍBLICA E TEOLÓGICA DA MISSÃO INTEGRAL DA IGREJA

a. A missão integral na Bíblia

A missão integral tem raízes bíblicas profundas.

Tanto no Antigo como no Novo Testamentos a Bíblia ordena à igreja que ministre à pessoa como um todo. Isto quer dizer que se deve atender tanto às necessidades físicas como às espirituais, que estão inseparavelmente relacionadas, ainda que sejam separadas em termos funcionais.

No capítulo anterior mencionamos que a missão integral da Igreja é ampla. Isso é verdade. Por isso mesmo nosso objetivo agora será tratar, à luz da Bíblia, apenas de um dos aspectos da missão integral, isto é, aquele que está diretamente relacionado à pessoa do indivíduo ou, mais especificamente, aos pobres deste mundo.

Segue abaixo uma abordagem resumida sobre o assunto.

a. No Antigo Testamento

Se folhearmos as páginas do Antigo Testamento veremos que existe uma clara opção preferencial de Deus pelos pobres e oprimidos. Isto não significa que Deus faça acepção de pessoas ou de classe social. De modo algum! Mas com certeza Ele olha de maneira especial para aqueles que não têm vez, que não têm voz. Só no AT nós temos 300 referências sobre causas, realidade e conseqüências da pobreza.

Vinte e cinco palavras hebraicas para falar do oprimido, do humilhado, do desesperado, do que clama por justiça, do fraco, do desamparado, do destituído, do carente, o pobre, a viúva, o órfão, o estrangeiro.

Em Isaías 58.3-8, quando o povo de Deus pergunta: "Por que é que nós oramos e jejuamos e tu não nos respondes?", Deus diz: "É porque vocês jejuam e oram para a iniqüidade, vocês estão oprimindo os pobres, e seus próprios operários, e o jejum que eu quero, é que vocês cortem as ligaduras da impiedade, é que ajam com justiça em relação aos desamparados". ( Is 1.17; 10.1,2).

Ezequiel 16.49 afirma que o pecado de Sodoma, além do orgulho, da vaidade e da imoralidade era que aquela cidade, sendo rica e abastada, nunca atendeu o pobre e o necessitado. Se olharmos na legislação do povo de Deus no Velho Testamento, veremos que o objetivo de toda a legislação era que não houvesse miseráveis e injustiçados no meio do povo de Israel.

b. No Novo Testamento

Jesus Cristo é a revelação máxima da missão integral de Deus no mundo. No início de seu ministério terreno o Senhor Jesus deixou bem clara a sua missão quando declarou: "O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor" (Lc 4.18,19).

Em Mateus 4.23 lemos também: "Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo".

E ainda em Mateus (cap. 25) notamos que além da questão do se "fazer igualmente a Cristo", a nossa atitude para com os desfavorecidos deste mundo será um critério importante de julgamento no Juízo Final.

Os apóstolos deram continuidade ao tema da missão integral de Jesus em seus ministérios. (At 5 , 6).

Em Jerusalém as três colunas do colégio apostólico (Pedro, Tiago e João) recomendaram a Paulo e a Barnabé que não se esquecessem dos pobres, "o que também me esforcei por fazer", diz o apóstolo em Gálatas 2.10.

Várias igrejas foram orientadas por cartas a agirem com a mesma visão de integralidade bíblica dos apóstolos. Destacamos, dentre outras, as igrejas de Corinto (II Co 8 e 9), da Galácia (Gl 6.2-10) e das doze tribos da dispersão (Tg 2. 1-7,14-26; 5.1-6).

b. A missão integral na teologia contemporânea

No Antigo Testamento Javé é o Deus soberano sobre toda a sua criação. Esta imagem de Deus está no coração do Novo Testamento também. Um Deus soberano e misericordioso é o ator último das parábolas de Jesus. É este Deus salvador que alcança além das leis judaicas. Sua aproximação do homem exige a atitude de conversão. O seu reino tem um escopo universal até cósmico. Os marginalizados, mulheres, samaritanos, e gentios recebem a misericórdia de Deus.

Deus tem um plano salvífico que alcança tanto judeu quanto gentio, e Ele vai cumpri-lo. A confiança no cumprimento do seu plano dá a igreja motivação para perseverar até o fim.

O Deus da Bíblia é o Deus que age na história. Não é principalmente apresentado como um conceito ou idéia, uma doutrina que podemos elaborar. Ele é, acima de tudo, pessoal e age nos eventos e experiências concretas das nossas vidas. Deus não se restringe a uma dimensão mística da nossa vida.

Atua através do êxodo, do dilúvio e do cativeiro no Velho Testamento, todos eventos históricos até "seculares". Ele atua através da vida humana do seu filho Jesus, através da sua morte e ressurreição, eventos bem visíveis que fazem parte da nossa história.

É na nossa história humana que Deus se revela e o faz com movimento para frente. Percebemos, através da história, a sua conclusão. Assim, a perspectiva cristã da história é essencialmente escatológica. A humanidade está indo na direção do cumprimento, julgamento e salvação, e este movimento entrou na sua fase final com a ressurreição de Cristo. Hoje é o dia da salvação.

Porque há um mundo, uma igreja e um evangelho, a missão cristã não pode ser outra coisa que missão realizada em colaboração mútua. Chegou o momento de encontrar maneiras de reduzir a distância entre as igrejas no Ocidente e no Terceiro Mundo.

Já há experiências úteis que estão sendo levadas a cabo com este propósito, mas é necessário fazer muito mais para desenvolver modelos de solidariedade acima das barreiras políticas, econômicas, sociais e culturais, e para estimular a colaboração mútua entre as igrejas.

O desafio que a igreja encara no campo de desenvolvimento hoje é fundamentalmente o desafio de um desenvolvimento humano, no contexto da justiça. Fazem falta modelos de missão plenamente adaptados a uma situação marcada por uma distância abismal entre ricos e pobres. Os modelos de missão baseados na riqueza do Ocidente solidarizam-se com esta situação de injustiça e condenam as igrejas do mundo pobre a uma permanente dependência. No final das contas, portanto, são contraproducentes para a missão.

O desafio tanto para os cristãos no Ocidente como para os cristãos nos países subdesenvolvidos é criar modelos de missão centrados num estilo de vida profético, modelos que apontem para Jesus Cristo como Senhor da totalidade da vida, à universalidade da igreja e à interdependência dos seres humanos no mundo.

IV. OS DESAFIOS E IMPLICAÇÕES DA MISSÃO INTEGRAL DA IGREJA

a. Desafios da missão integral da Igreja

Os desafios que agora mencionaremos tratam da igreja brasileira em solo brasileiro. Dividimo-nos em duas partes distintas, isto é, os desafios sociais e os desafios eclesiais.

a. Os desafios sociais da Igreja

Não são poucos e nem pequenos os problemas sociais brasileiros. A igreja evangélica brasileira tem desafios enormes nesta área. Porém, de início é preciso que encaremos com seriedade e maturidade o dilema de até onde podemos e devemos nos envolver nestes desafios. Que a igreja evangélica brasileira não deve se esquivar de sua missão integral, é o nosso comum acordo com a declaração de Lausanne:

Embora a reconciliação com o homem não seja reconciliação com Deus, nem a ação social evangelização, nem a libertação política salvação, afirmamos que evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte do nosso dever cristão.

Há muita confusão sobre a natureza da confrontação e da violência. Confrontação é simplesmente a atividade entre seres humanos na qual eles discordam, e devido a esta discordância, estão desafiando uns aos outros. A palavra significa literalmente "testa-a-testa" - isto é, as testas colocadas fisicamente uma contra-a-outra. É um encontro face a face, direto, procurando o fim da resolução.

Por outro lado, violência é o exercício da força física, a fim de ganhar uma disputa. Enquanto a confrontação é verbal, a violência é física. De uma forma mais profunda, essas palavras não são sinônimas, e sim antônimas, pois, em sua própria natureza, um ato de violência é a indicação de que a confrontação falhou. A confrontação boa e eficaz nunca deve levar à violência, mas à resolução do problema.

É nesse espírito de verdadeira confrontação que a Igreja deve encarar seus desafios sociais, com propostas terapêuticas para uma sociedade enferma. Portanto, empenhemo-nos pela dignidade do povo brasileiro. Reivindiquemos, pois, os seus e os nossos direitos: Saúde, segurança, educação, trabalho e salário digno.

E até onde podemos e devemos ir nesta questão toda? Até onde os direitos sejam verdadeiramente assegurados, o amor ao próximo evidenciado, a moral dignificada, o evangelho e o bom testemunho não sejam prejudicados e, sobretudo, o nome de Jesus seja glorificado.

O governo tem (e como tem!) suas culpas e responsabilidades, mas não podemos ficar indiferentes ao que ocorre em nossa volta, simplesmente criticando por criticar o governo. Pesa (e como pesa!) sobre o povo de Deus também a responsabilidade pelo bem-estar social do nosso país.

b. Os desafios eclesiais da Igreja

Certamente um dos maiores desafios da igreja brasileira na atualidade é vencer seus próprios desafios. Tentarei explicar esta minha tese.

Os desafios sociais da igreja brasileira não são combatidos e vencidos como deveriam porque falta vontade eclesiástica por parte da mesma. Ou porque a liderança não se empenha, ou porque os liderados não se envolvem na obra. O certo é: Se não chegarmos a um consenso; se não juntarmos forças, jamais sairemos do lugar comum. Continuaremos marcando passo, salgando a nós mesmos e iluminando nossos umbigos.

Uma lição é preciso aprender com a igreja de Jerusalém. A igreja de Jerusalém estava consciente de sua missão no mundo. Era uma igreja unida em seus propósitos e se amava de verdade. Internamente ela estava pegando fogo, desejosa de pregar o evangelho, em obediência ao mandado de Cristo.

Porém, externamente os desafios eram humanamente insuperáveis. Pilatos, Herodes e muita gente se levantaram contra a Igreja de Deus. Então a Igreja orou: "agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra, enquanto estendes as mãos para fazer curas, sinais e prodígios por intermédio do nome do teu santo Servo Jesus" (At 4.29,30).

E Deus atendeu ao clamor de sua Igreja (At 4.31). Atendeu porque a Igreja deixou de lado seus próprios interesses para servir ao mundo. Hoje, o que muito se vê, à nível de igreja local, é a própria igreja criando obstáculos para não fazer a obra do Senhor. Externamente desfruta-se de uma liberdade religiosa como nunca se viu, mas internamente muito de nossas igrejas estão enfermas, quando na verdade eram elas que deveriam estar curando!

A seguir daremos duas sugestões práticas para que esse quadro sombrio possa se reverter.

b. Implicações da missão integral da Igreja

As implicações que aqui abordaremos não deixam de ser verdadeiros desafios para a igreja brasileira, porém, entendemos que estes desafios são implicações naturais para uma igreja que queira verdadeiramente cumprir sua missão integral.

a. A revisão de estruturas não-funcionais

O que muito tem contribuído para um mau desempenho da Igreja em sua missão integral é a falta de estruturas que funcionem. Estruturas enrijecidas pelo tradicionalismo matam ou impedem a visão de uma igreja.

A quebra de paradigmas é uma das coisas fundamentais para que a estrutura de uma igreja se torne funcional. Às vezes é preciso muita coragem para mudar certos parâmetros que já não funcionam mais. À primeira vista parece fácil mudar aquilo que se tornou obsoleto, mas não é tão simples assim.

b. A reafirmação do compromisso missionário
Aquelas igrejas que um dia receberam orientação missionária, se não forem constantemente lembradas daquele compromisso, rapidamente minguarão.

E como revitalizar uma igreja que começou com tanto entusiasmo por missões e de repente esfriou? Em primeiro lugar é preciso reconscientizar a igreja de sua missão no mundo. Em segundo lugar é preciso conscientizá-la de que ela está no mundo para servir o mundo integralmente.

Se a igreja chegou a se empolgar com missão algum dia, é sinal que ela tem potencial para fazer, com a graça de Deus, o que fez antes. Sermões e estudos bíblicos missionários, filmes específicos como As Primícias, Etal e Atrás do Sol, além do auxílio de uma boa agência ou junta missionária, com certeza produzirão novo alento. Geralmente a frieza por missões acontece por causa da rotina. Uma vez que o mal foi detectado é necessário que seja combatido com atividades variadas.

O mais importante é que a igreja seja cientificada de que sua missão no mundo é integral. Evangelizar não é simplesmente distribuir folhetos como alguns pensam, mas sim, atender o indivíduo na totalidade de suas necessidades. Por isso mesmo, a Igreja nunca deveria deixar se levar pela prática do paternalismo e assistencialismo paliativos, porém, deveria partir sempre para uma ação social transformadora, do indivíduo e da sociedade, para a honra e glória de Deus Pai.

Cada igreja deve refletir sobre sua motivação em praticar evangelismo e ação social, e todas as atividades nestas direções devem estar debaixo do serviço a Deus em primeiro lugar

A missão integral da Igreja é basicamente evangelização e ação social. Dizemos "basicamente" porque a missão integral da Igreja é na verdade universal. Abrange vários aspectos. Evangelizar é a sua qualidade primordial.

A Igreja que troca a evangelização por qualquer outra responsabilidade social está fora de propósito e, portanto, descaracterizada como igreja de Jesus Cristo.

A missão integral flui de um Evangelho integral e de um povo integrado. Há um grande perigo de transformarmos a missão da igreja em um conjunto de ‘projetos’ e ‘programas’ especiais, se a chamarmos de ‘evangelismo’ ou de ‘ação sóciopolítica’, e, então, procurar por maneiras de integrá-los metodologicamente. Em vez disso, a missão da igreja está localizada na fidelidade e na suficiência do seu testemunho em Cristo.

Nosso negócio principal não é nem apoderar-nos dos sistemas do mundo nem de maximizar os membros da igreja em números.

Ademais, precisamos nos lembrar de que a maneira principal com que a igreja age sobre o mundo é através das ações de seus membros no seu trabalho e relacionamentos diários com pessoas de outras convicções.

Uma congregação com projetos imensos de bem-estar social ou muitas equipes de ‘implantação de igrejas’ pode ser bem menos eficaz em uma sociedade secular do que as congregações que não têm nada dessas coisas, mas treinam os seus membros para obedecerem Cristo,nas diferentes áreas da vida cívica, nas quais estes são chamados.

A ‘missão integral’ tem a ver com esta questão básica de integridade da vida da igreja, a consistência entre o que a igreja é e o que ela proclama. Com este entendimento, o que torna um político ‘evangélico’ verdadeiramente ‘evangélico’ não é o fato de que ele adiciona a pregação do evangelho nas suas atividades políticas diárias, para fazer esta mais ‘holística’;

mas na verdade, que a sua perspectiva e interesses estejam profundamente formados pela visão e valores que surgem do Evangelho (por exemplo, defendendo o mais vulnerável – que seja uma criança ainda não nascida, o deficiente mental, minorias culturais ou os grupos tribais tiranizados, trabalhando pela reconciliação étnica, e assim por diante).

Também precisamos nos lembrar daquilo que foi tão óbvio para a igreja do primeiro século, mas esquecido na nossa era movida a técnicas. A missão é uma iniciativa divina e não uma empresa humana.

Recobrar o conteúdo do Evangelho em nossas igrejas levará a um questionamento radical de muitas metodologias evangelistas importadas. Somos chamados a sermos testemunhas do presente, apesar de escondido, reino de Jesus Cristo, através da presença e poder do Espírito Santo. Logo, a missão se torna, nas palavras de

‘Acho que a única coisa que pode tornar o Evangelho confiável, a única coisa que torna possível o acreditar que a autoridade máxima sobre o universo todo reside em um homem pregado na cruz, é a companhia de pessoas que vivem uma histórica bíblica para que saibam que esta é como a sua própria história, e como uma pista para toda a história da humanidade.’

Se queremos atentar para o ensino bíblico, então devemos almejar por uma igreja brasileira autêntica, que não seja ela mesma um mito, mas a realidade bíblica de uma missão integral em nossa sociedade.

Que Deus nos ajude a cumprir a missão da Igreja na sua integralidade com a ajuda do Espírito Santo e em nome de Jesus, amém!